Brasil

Corpo de Zélia Gattai é cremado na Bahia

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postado em 19/05/2008 14:33
Foi cremado nesta segunda (19/05), no Cemitério Jardim da Saudade, o corpo da escritora Zélia Gattai. Ela morreu no fim da tarde de sábado no Hospital da Bahia, em Salvador (BA), aos 91 anos, vítima de falência de múltiplos órgãos. A viúva do também escritor Jorge Amado estava internada havia 47 dias, 31 deles no Hospital da Bahia, por causa de problemas renais, digestivos e respiratórios. Chegou a sofrer uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino, a passar por sessões de hemodiálise e por uma traqueostomia para auxiliar na respiração, mas não resistiu. Parentes e amigos próximos da escritora estiveram presentes na cerimônia de cremação. Entre as homenagens, a mais emocionante foi a realizada pelas integrantes da Irmandade da Boa Morte, do município de Cachoeira (BA), no Recôncavo Baiano, que entoaram cânticos em homenagem a Zélia - considerada madrinha da irmandade. Uma salva de palmas marcou o transporte do caixão com o corpo da escritora para a área de cremação. "Zélia deixa a lição de vida feliz que ela teve e que queria ensinar aos outros a ter também", diz a filha da escritora, Paloma Amado. De acordo com ela, na quarta-feira, o baú biodegradável com as cinzas da escritora será enterrado sob a mangueira do quintal da Casa do Rio Vermelho, onde Zélia e Jorge Amado viveram nos últimos 20 anos de vida do escritor, morto em agosto de 2001. Sob a mesma mangueira, símbolo do casamento do casal, foram enterradas as cinzas de Amado. Com o tempo, o baú será destruído e as cinzas de Zélia se misturarão à terra e às cinzas do escritor. Também na quarta-feira, o governo baiano deve pedir ao Conselho Estadual de Cultura da Bahia a reconsideração do pedido de tombamento da casa. Em 2005, o conselho negou o pedido, impedindo a participação do setor público na reforma do espaço e em sua transformação em um memorial de Jorge Amado - um dos últimos desejos de Zélia. O imóvel, de propriedade da família, encontra-se com diversos problemas estruturais, por causa dos quase sete anos sem reformas.

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