postado em 19/05/2008 20:04
A relação direta entre acesso ao saneamento e saúde das populações é uma das conclusões da pesquisa Saneamento e Saúde, divulgada nesta segunda-feira (19) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Um exemplo disso, é o dado do estudo de que crianças até seis anos de idade sem acesso rede de esgoto têm 32% de chances maiores de morrerem.
O presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Danilo Fortes, destacou a importância do saneamento básico na política de saúde. Em Canindé do Ceará foi feito o saneamento básico em 50% do município e isso reduziu em 60% as internações hospitalares por doenças de veiculação hídrica, exemplificou Fortes.
Por isso, a (Funasa) deverá dobrar os investimentos em saneamento básico nos próximos anos. Os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), deverão permitir investimentos de cerca de R$ 1 bilhão ao ano para obras de água e esgoto em municípios com até 50 mil habitantes, informou Danilo Fortes. Segundo ele, o aumento de recursos para o saneamento básico é necessário para corrigir a falta de investimentos no setor na última década.
O estudo da FGV destacou que o Brasil só gasta 0,09% do PIB (Produto Interno Bruto) em saneamento básico. Desse modo, apenas 46% da população brasileira tem acesso a tratamento de esgoto, índice que diminui para 2,9% nas áreas rurais.
De acordo com Danilo Fortes, são justamente essas populações, as mais prejudicadas, o foco do PAC da Funasa, que pretende atingir prioritariamente as populações isoladas, como indígenas, quilombolas e assentados rurais, e os 1.356 pequenos municípios (menos de 50 mil habitantes), que, segundo os dados da Funasa, possuem os maiores índices de mortalidade infantil.
Essas ações pretendem subir, nessas cidades, de 38% para 65% o número de beneficiados com sistema de esgotos. Além de possibilitar que ao menos um terço das aldeias indígenas tenham esgotamento sanitário. De acordo com o presidente da Funasa, o índice atual é de menos de 20% de esgotos nas áreas indígenas.