postado em 20/05/2008 19:27
Subiu para 23 o número de presos pela Polícia Federal (PF) na Operação Vorax, que desbaratou nesta terça-feira (20) uma quadrilha especializada em fraudar licitações em Coari, no interior do Amazonas, a 370 quilômetros de Manaus. A PF estima que o bando tenha movimentado pelo menos R$ 49 milhões entre 2001 e 2008. Foram cumpridos 23 mandados de prisão temporária e 48 de busca e apreensão.
De acordo com o superintendente da PF no Estado, delegado Sérgio Fontes, o prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PP), "é o chefe da quadrilha". Segundo Fontes, a prisão de Pinheiro foi pedida pela polícia e recomendada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) negou o pedido.
"Todos os outros mandados foram acatados, menos o dele (Pinheiro). Acredito que a Justiça Federal tenha entendido que não era importante a prisão do prefeito, mas, no nosso entendimento, era sim", reclamou o superintendente da PF no Amazonas.
Segundo o delegado da Delegacia de Prevenção e Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz) da PF no Estado, Jocenildo Cavalcante, estão envolvidos no esquema 75 companhias de construção civil, firmas que forneciam mercadorias à prefeitura de Coari e empresas de promoções de eventos.
Conforme Cavalcante, as empresas participavam dos desvios de recursos públicos, originários de convênios federais, estaduais e municipais, "mediante fraudes sistemáticas em licitações", falsificação de documentos, corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Ele disse que a organização criminosa era "especializada em dilapidar o patrimônio público", apropriando-se, indevidamente, de recursos de origem federal e de royalties recebidos pela prefeitura de Coari na exploração de petróleo e gás natural.