postado em 22/05/2008 09:16
Genebra - A Justiça da Suíça tomou novos depoimentos que reforçaram evidências de um elo entre as suspeitas de corrupção da Alstom e eventuais esquemas de pagamentos de propinas no Brasil. Nos últimos dias, o Ministério Público em Berna ouviu uma série de pessoas que confirmaram a existência do esquema e decidiu pedir oficialmente colaboração da Justiça brasileira para investigar o caso e ampliar a devassa nos contratos da empresa francesa.
Os suíços investigam supostos pagamentos de propinas da Alstom a funcionários públicos de uma série de países, entre eles o Brasil. Ele vão apelar ao Ministério Público Estadual de São Paulo para que os contratos do Metrô paulista com a Alstom sejam enviados a Berna. O objetivo é buscar evidências de pagamentos de propinas. Phillip Kasse, diretor de comunicações da Alstom, se recusou a comentar o assunto. ;Não vamos nos pronunciar;, afirmou.
A Justiça suíça também confirmou ontem que vai enviar ao Brasil o dossiê da Alstom, com informações apuradas até agora sobre o envolvimento da empresa em corrupção. Em Berna, os contratos do Metrô de São Paulo são considerados como peças fundamentais para que os supostos esquema de pagamentos de propina da Alstom sejam revelados. Uma das suspeitas é que a empresa tenha pago mais de US$ 6 milhões como comissão para obter o contrato.
O promotor Sílvio Antonio Marques aguarda a chegada da documentação sobre a investigação na Europa. Ele está fazendo cruzamento dos dados dos contratos já recebidos assinados entre o Metrô e a Alstom. Aguarda ainda cópia dos contratos com outras empresas ligadas ao governo estadual, como Sabesp, CPTM, Eletropaulo, CTEEP e outras que contrataram a multinacional, que atua em transporte e energia. O Ministério Público Federal também abriu investigação para apurar existência de crimes de sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.