postado em 27/05/2008 12:53
Cerca de 50 representantes do Movimento Brasil sem Aborto, da Associação Pró-Vida Família e da Arquidiocese de Brasília realizaram um ato público na manhã desta terça (27/05), em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O objetivo dos manifestantes foi sensibilizar os ministros para que votem a favor da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 3510, que questiona o artigo 5º da Lei de Biossegurança. O dispositivo legal autoriza a realização de pesquisas científicas com células-tronco de embriões que estejam congelados há mais de três anos.
O julgamento da ação será retomado na quarta (28/05). ;O objetivo é sensibilizar os ministros, principalmente aqueles que porventura não tenham um voto definido em relação ao tema e ao julgamento de amanhã, no sentido de que eles possam fazer a opção pela admissibilidade da Adin;, afirma Jaime Ferreira Lopes, coordenador nacional do Movimento Nacional em Defesa da Vida ; Brasil Sem Aborto.
Para os manifestantes contrários a essa permissão, o uso de células-tronco embrionárias fere o direito à vida. ;Nós partimos de um princípio fundamental, o direito inviolável da vida, e essa vida para nós tem início na fecundação, porque, a partir da fecundação, nós temos já definido todo o DNA do ser humano que irá se desenvolver;, diz Lopes.
Além disso, eles alegam que os estudos feitos com esse tipo de célula em outros países não têm tido bons resultados, ao contrário das pesquisas com células-tronco de adultos.
;Nós sabemos que as pesquisas com células-tronco [embrionárias] feitas nos países onde são permitidas têm resultado zero, do ponto de vista da aplicação em terapias em seres humanos;, afirma o coordenador.
;As células-tronco embrionárias são extremamente resistentes e elas acabam provocando, na experiência em camundongos, alta rejeição e tumores cancerígenos;, completa.
Nesta terça (27/05), o assunto vai ser tema de uma audiência pública na Câmara dos Deputados. O julgamento da ação no STF teve início em 5 de março deste ano e foi suspenso por um pedido de vista do ministro Menezes Direito.
Na ocasião, o relator do processo, ministro Carlos Ayres Britto, e a então presidente do Supremo, ministra Ellen Gracie, votaram contra a ação e a favor da pesquisa com células-tronco embrionárias.