postado em 29/05/2008 10:06
A Polícia Civil de São Paulo indiciou por homicídio doloso - com intenção de matar - o comerciante Ismael Vieira da Silva, de 23 anos, acusado de assassinar com um tiro de pistola o estudante Alexandre Andrade Reyes, de 18 anos, na noite de sexta-feira, após uma discussão no trânsito. O comerciante se entregou na terça (27/05), foi ouvido e liberado, porque não houve flagrante - prisão em menos de 24 horas após o crime. O delegado que preside o inquérito, Silvio Balangio Júnior, da 2ª Seccional Sul, deve pedir também a prisão preventiva do acusado.
Silva confessou que atirou para trás, onde estava o estudante, depois de um desentendimento de trânsito na Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, no Jabaquara, zona sul de São Paulo. Ele disse que se sentiu ameaçado pelo grupo de sete pessoas que estava com Reyes.
As câmeras de segurança de uma empresa no número 5.275 da avenida registraram o bate-boca e o assassinato. A confusão começou em uma lombada e depois os motoristas saíram para brigar. O comerciante contou que a briga teve início quando o Reyes bateu em sua Montana vermelha. Silva alegou ter sido agredido pelos jovens. Ele entrou no carro, pegou uma pistola 380 e deu um disparo. Ao perceber que alguém havia caído, acelerou e, depois, jogou fora a pistola. Ele não tem porte de arma. A polícia ainda não encontrou a arma do crime.
O depoimento de Silva choca-se com o dos amigos de Reyes, Fernando Marson Pereira e Anderson Yuzo Mino. De acordo com eles, somente Pereira trocou um soco com o comerciante e este pediu a arma à namorada, que estava no carro, e atirou. Pereira se desviou e o tiro atingiu Reyes. O pai do jovem morto, Heitor Geraldo Reyes, ficou revoltado com o depoimento. ;Uma pessoa de bem não anda com uma arma no carro para atirar nos outros;, criticou.