postado em 02/06/2008 17:27
A Associação dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (Apcesp) entrou nesta segunda-feira (01/06) com uma ação pedindo a interpelação judicial do médico-legista George Sanguinetti e da ex-perita Delma Gama. O processo foi protocolado no Fórum Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda, zona norte da capital paulista. Sanguinetti e Delma foram contratados pela família do consultor jurídico Alexandre Nardoni para analisar os laudos da Polícia Científica do Estado sobre a morte da menina Isabella de Oliveira Nardoni, filha dele, em 29 de março. O médico-legista e a ex-perita chamaram o parecer da Polícia Científica de "medíocre, dúbio e imaginativo", na semana passada.
"Agora, ele vai ter de explicar-se", afirma a presidente da Apcesp, Maria do Rosário Mathias Serafim. "Se repetir em juízo tudo o que disse aos jornalistas, terá de provar que é verdade." Maria do Rosário afirma que os esclarecimentos à Justiça servirão de base para uma queixa-crime por calúnia. Segundo ela, os peritos do Instituto de Criminalística (IC) que assinam a peça do caso Isabella entrarão com o processo ainda esta semana na Justiça.
Alexandre Nardoni e a mulher dele, Anna Carolina Jatobá, estão presos em penitenciárias de Tremembé, no Vale do Paraíba (SP). Acusados pelo assassinato de Isabella, ele e Anna Carolina alegam inocência. Segundo as conclusões dos peritos paulistas, a menina foi esganada e jogada da janela do 6º andar do Edifício London, na Vila Isolina Mazzei, zona norte da capital, prédio em que mora Alexandre e a mulher dele. Sanguinetti sustenta que Isabella não foi estrangulada, mas morreu por politraumatismo, causado pela queda da janela.
O médico-legista passou o fim de semana em Alagoas e retornará para São Paulo amanhã. Sanguinetti pretende ir ao local do crime esta semana para fazer verificações sobre a perícia paulista. Além do médico e de Delma, trabalharão na vistoria alternativa um perito criminal, um médico hematologista e um engenheiro, recém-contratados. Em entrevista à Agência Estado na sexta-feira Sanguinetti disse que, se interpelado na Justiça, manteria a versão sobre o crime. "Repetirei à Justiça que o laudo é inservível", disse.