postado em 05/06/2008 18:16
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quinta-feira (5) um decreto de criação de três unidades de conservação: a Reserva Extrativista (Resex) do Médio Xingu, no Pará, além da Reserva Extrativista de Ituxi e o Parque Nacional Manpiguari, ambos no Amazonas. A proposta saiu do papel após mais de um ano parada na Casa Civil.
Com a criação das novas reservas extrativistas, que somam cerca de 1 milhão de hectares, o governo pretende fechar o chamado paredão verde para conter o avanço do desmatamento na região. Os decretos foram assinados em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que a expansão das unidades de conservação na Amazônia responde aos críticos internacionais que contestam a soberania brasileira sobre a floresta. "Estamos mostrando que a Amazônia pertence aos brasileiros e comunidades que vivem na região. Pertence ao povo brasileiro e as políticas de conservação garantem isso", defendeu.
Apesar de ver com bons olhos o avanço de unidades de conservação o coordenador de áreas protegidas da organização não-governamental (ONG) WWF Brasil, Cláudio Maretti, criticou a demora do governo para analisar os processos e consolidar novas áreas de preservação.
Lula também assinou decreto que prorroga por tempo indeterminado a restrição para o corte ilegal de mogno na Amazônia e outro que cria um grupo de trabalho para acertar os detalhes de funcionamento do Fundo de Proteção e Conservação da Amazônia, que deverá ser lançado daqui a 30 dias.
"A gente reclamou muito até conseguir a criação da reserva. Nossa população sofreu ameaças", disse o líder comunitário Herculano Costa, lembrando que chegou a ser ameaçado de morte por setores contrários a criação da reserva na região do Médio Xingu.