postado em 06/06/2008 09:47
A máfia das carteiras de habilitação fazia serviços até mesmo para integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). É o que mostra uma das interceptações telefônicas feitas pelos promotores do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaerco), do Ministério Público Estadual. Segundo a escuta, realizada às 9h31 de 25 de março deste ano, a quadrilha de falsificadores havia recebido a encomenda de uma carteira de habilitação de um homem ligado ao crime organizado.
Na conversa, um homem que se identificou como 'Dênis, sócio do Benê' fala com Paulo Luís da Silva, o Mongol, funcionário da Ciretran de Ferraz de Vasconcelos e um dos presos na Operação Carta Branca. Dênis cobrou a entrega da carteira de habilitação de um cliente que ele identificou como André Ferreira dos Reis. "O cara é do PCC lá e eu estou passando o maior perreio com ele aí", afirmou. "Eu sei quem é", responde Mongol.
No total, 19 pessoas acusadas de envolvimento em irregularidades na emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) foram presas na Operação Carta Branca, realizada pela Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público Estadual e Corregedoria da Polícia Civil. Entre os detidos há ainda despachantes, médicos, psicólogos, donos e funcionários de 17 auto-escolas, em 11 cidades da Grande São Paulo.
Os promotores do Gaerco também descobriram que a máfia da CNH tentou 'comprar' a Ciretran de Ferraz de Vasconcelos para ter o direito de nomear o delegado que desejasse, de forma que a repartição trabalhasse só para os integrantes da organização criminosa.