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Policiais militares denunciam o tráfico dentro da prisão em João Pessoa

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postado em 06/06/2008 19:10
Policias que vivem nas proximidades da Penitenciária Média de Mangabeira, em João Pessoa, estão denunciando a falta de segurança na área e alertam que presos que cumprem pena no regime semi-aberto continuam envolvidos com o tráfico de drogas na região. ;Os apenados estão vendendo drogas, armas e fazem até festa dentro do presídio;, denunciou o policial militar reformado João Coelho. Segundo ele, que reside ao lado da Penitenciária Média, a comunidade está vivendo sob ameaça. ;A área está violenta por causa da onda de assaltos nas residências e em pontos comerciais no local;, continuou Coelho. O policial militar alega que um dos principais envolvidos no esquema age naturalmente até durante o dia e não é importunado pela polícia. ;Eu já denunciei o fato diversas vezes e nada foi feito até agora;, argumenta. O secretário da Cidadania e Administração Penitenciária, Pedro Adelson, informou que desconhece tais denúncias envolvendo os apenados do regime semi-aberto e atenta para o fato de que os presos não precisariam agir dentro da cadeia. ;Eles têm muito espaço no exterior do presídio que foi concedido a eles pela própria Justiça e a Secretaria não tem como vigiá-los fora da prisão;, declarou o secretário. Por conta desse benefício, Pedro Adelson acredita ser muito difícil a ocorrência de tráfico ou festas dentro da Penitenciária Média, mas admitiu que já solicitou providências policias do lado de fora do presídio. ;Pedi que a Polícia Militar intensificasse as rondas nas áreas próximas para coibir a criminalidade;. Para os moradores a situação continua perigosa no Conjunto Cidade Verde I, onde está localizada a penitenciária, desde o final do ano passado quando as ações de bandidos aumentaram de forma drástica. João Coelho diz que vem procurando os órgãos competentes para resolver o problema, mas suas denúncias não estariam surtindo efeito. ;Não sei o que está acontecendo já que mesmo quando chamamos a polícia ela demora a aparecer;, lamentou. Outro morador da área e também policial militar, o sargento Lourindo de Lima, diz que ele mesmo já flagrou um bandido agindo na localidade e diz que os policias chamados para a ocorrência não queriam levar o acusado. ;Aqui moram muitos policias e nós somos cobrados a agir diante desses casos;, esclarece. Ele acrescenta que no fato da venda de drogas, o comércio é feito numa das casas existentes no bairro, além de ocorrer também dentro do próprio presídio. ;Eles nem precisam sair da cadeia porque as motos param ao lado da cerca e a negociação acontece ali mesmo;, afirmou o militar reformado, João Coelho. Por conta das várias denúncias que já fez, o policial militar diz que só anda armado, além disso, tem tomado precauções ao sair ou chegar em casa com medo de ser morto.

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