Jornal Correio Braziliense

Brasil

Ligações entre políticos e milicianos denunciadas

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Rio de Janeiro - A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) tem como um dos principais suspeitos de comandar a milícia na Favela do Batan um homem, identificado apenas como Betão, que diz ser assessor do deputado estadual Coronel Jairo Souza Santos (PSC) ; simplesmente o primeiro vice-presidente da Alerj. Jairo nega e diz que sequer atua politicamente em Realengo. Na verdade, o coronel reformado da PM e eleito em 2006 com 50 mil votos, maior votação da Zona Oeste, fez campanha e continua cultivando o eleitorado dali, tendo inclusive participado, há dois meses, da entrega de ambulâncias na região.

Na 178; Zona Eleitoral, que abrange o Batan, ele teve 1.698 votos. Já o deputado Álvaro Lins, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, que responde a processo de cassação por suspeita de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, também é investigado por aproximar-se das milícias da Zona Oeste do Rio para apoiá-lo em sua campanha vitoriosa para deputado estadual em 2006. Diálogos captados pela Polícia Federal na Operação Segurança Pública S/A mostram assessores diretos de Lins, logo após sua eleição com mais de 100 mil votos, agradecendo a milicianos de Jacarepaguá.

Numa das conversas, o inspetor Fábio Menezes Leão, o Fabinho, conversa com um delegado da Polícia Civil. ;Foi feito contato com a ;mineira; (milícia) lá?;, pergunta Fabinho a um delegado. Mais tarde, o próprio Lins agradece ao cabo da PM Jorsan Machado de Oliveira, chefe da milícia em diversas comunidades da área. ;Estou ligando para agradecer a ajuda. Vamos em frente que tem muito trabalho ainda;, disse Lins. Três meses após essa conversa, Jorsan foi executado.