postado em 11/06/2008 09:29
O Ministério Público Estadual (MPE) deve denunciar criminalmente hoje 22 pessoas acusadas de envolvimento nas fraudes em carteiras de habilitação em São Paulo. A maioria deve ser acusada de formação de quadrilha e falsificação de documentos. Na lista estão os delegados Juarez Pereira Campos e Fernando José Gomes, que dirigiram a Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Ferraz de Vasconcelos. Dos 22, 19 ainda estão presos. A promotoria ainda examinava ontem a possibilidade de acusar parte dos envolvidos por corrupção ativa e passiva e se pediria a abertura de inquérito para apurar a lavagem de dinheiro do bando.
Caso a denúncia seja aceita pela Justiça de Ferraz de Vasconcelos, os acusados passarão à condição de réus no processo. As investigações do caso, no entanto, ainda não terminaram. Elas devem prosseguir em inquérito conduzido pela Corregedoria da Polícia Civil, que havia determinado o indiciamento nesse caso de 22 suspeitos.
Os promotores do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarulhos e os corregedores da Polícia Civil devem ainda terminar a análise dos documentos apreendidos pela Operação Carta Branca. O material encheu três caminhões e está sob custódia da Corregedoria.
Além dos delegados, outros três policiais são suspeitos de participar do esquema - todos investigadores. Eles são acusados de agir em conjunto com despachantes, donos de auto-escolas, médicos e psicólogos para fraudar o sistema de concessão de carteiras de motorista. Além de vender CNHs para pessoas de fora do Estado, o esquema também usava uma mesma impressão digital para registrar dezenas de candidatos, dispensando-os assim de exames médico, teórico e prático. O bando cobrava até R$ 1,8 mil por carteira e tinha entre seus clientes até um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC).