postado em 11/06/2008 16:13
O sistema público de ensino cumpriu em 2007 as metas de crescimento para 2009 do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O indicador, que é um termômetro da qualidade do ensino público no país, foi divulgado pela primeira vez, em 2006, com os resultados referentes a 2005. O número revela com precisão que houve evolução na qualidade da educação no país
Nos três níveis avaliados - séries iniciais, séries finais e ensino médio - houve melhorias e as metas de 2009 foram atingidas antecipadamente. Em 2005, a média nacional para os primeiros anos do ensino fundamental foi de 3,8 pontos, em uma escala que vai de 0 a 10. Em 2007, a nota ficou em 4,2, ultrapassando a meta de 3,9.
Nas séries finais, o índice era de 3,5 e passou para 3,8, superando a meta de 2007 e a de 2009, que era de 3,7. Foi o ensino médio que registrou o crescimento mais tímido, passando de 3,4 para 3,5. Apesar de baixo, essa era a evolução esperada para o período pelo Ministério da Educação (MEC).
Para a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Maria Auxiliadora Rezende, os resultados apontam que o país está reagindo. Acho que sinaliza em primeiro lugar que é preciso continuar nessa mesma linha de tirar o regime de colaboração - entre governos estaduais, municipais e federal - do papel na construção de um sistema nacional de educação, ainda que informal, avalia Maria Auxiliadora.
Entre as cinco regiões, a surpresa foi o Nordeste, que atingiu ou superou as metas para 2009 em todos os níveis. Nas séries iniciais, a nota passou de 2,9 para 3,5. Nas séries finais, o índice subiu de 2,9 para 3 ,1 e no ensino médio, de 3,0 para 3,1 Em 2005, o Nordeste havia registrado os piores índices em todo o país. Com o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), os municípios com os piores resultados receberam prioridade no atendimento, com auxílio financeiro e técnico.
Segundo Maria Auxiliadora, os estados que registraram maior crescimento de 2005 para 2007 são aqueles que têm uma política contínua na área, o que significa que o bom resultado não é fruto exclusivo do PDE. A gente pode conseguir mudar a lógica da educação. Alguns países já fizeram isso, é preciso assegurar a continuidade de políticas públicas e o compromisso com a área, defende.
Apesar da melhora nos índices, a educadora avalia que o Brasil ainda precisa avançar. "Acho que tem que ficar um alerta, ainda estamos longe do ideal em termos de número. De 0 a 10, a gente está no 4,2, isso é muito sério, muito grave. O nosso prejuízo histórico é muito grande", indica.