postado em 12/06/2008 09:20
Duas adolescentes que estavam desaparecidas havia sete dias foram encontradas na noite de quarta (11/06) em Curitibanos (SC) pela polícia do município. Giovanna Maresti, 15 anos, e Ana Lívia Destefani, 16, saíram de casa na quinta-feira passada para ir à escola. Após as aulas, as duas foram a um cinema na Rua Augusta e, de lá, pegaram uma carona com um universitário. Desapareceram depois de pegar um ônibus no terminal rodoviário da Barra Funda. Segundo a mãe de Giovanna, Kelly di Bertolli, as meninas estavam na delegacia da cidade catarinense quando ela conseguiu falar com a filha. ;Elas disseram que estão bem e chegaram até lá de carona. Ela (Giovanna) dizia que pretendia me ligar e repetia ;eu te amo, mãe;;, contou.Kelly acha que as duas não faziam idéia da repercussão que o episódio teve. O desespero dos familiares foi grande. Ainda ontem, antes de as meninas serem encontradas, a mãe de Ana, Maria Valéria Destefani, 42 anos, disse que temia pela segurança da filha. ;Tenho medo de que elas tenham sido aliciadas por algum adulto para exploração;, revelou. Parentes viajaram ao Rio Grande do Sul para procurá-las.
O delegado responsável pelo caso, Carlos Libório, chegou a pedir a quebra do sigilo telefônico das duas garotas para localizá-las caso usassem seus aparelhos celulares e mobilizou a polícia de fronteira para impedir que elas saíssem do país. A polícia não acreditava na possibilidade de seqüestro, uma vez que não havia pedido de resgate e trabalhou com a hipótese de uma simples aventura juvenil. O chefe da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, Francisco Assis Magno, chegou a se referir ao sumiço como ;uma bravata; e ;um ato tresloucado;.
Telefonemas
A mãe de Giovana, Kelly Maresti, 38 anos, contou que uma senhora telefonou do Rio Grande do Sul dizendo que encontrou as adolescentes no final da tarde de ontem. ;Essa senhora disse que as duas davam risadas por causa da notícia sobre o desaparecimento na televisão. Eu queria saber por que elas fizeram isso;, questiona.
Reportagens na televisão e imprensa locais fizeram com que várias pessoas ligassem para a polícia e as famílias das adolescentes dando conta do paradeiro das duas. Também ontem, um advogado gaúcho de 32 anos ligou ontem para o delegado Libório dizendo que deu uma carona da cidade de Bagé até Uruguaiana, ambas no Rio Grande do Sul. No caminho, as duas teriam dito que queriam ;ganhar a vida; na Argentina. Antes, segundo o advogado, elas planejavam trabalhar no Brasil.
Só na cidade de São Paulo, cerca de 22 mil pessoas somem de casa todos os meses. Desse total, 83% acabam voltando, segundo a Polícia Civil. ;Todo mundo chega aqui dizendo que o filho foi seqüestrado. Depois, a gente descobre que se trata de fuga;, diz o delegado Libório