postado em 13/06/2008 09:57
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, traz perspectivas para a criação de um medicamento capaz de controlar a infecção pelo vírus da dengue. O estudo, iniciado há quatro anos, conseguiu inibir a replicação do vírus, protegendo as células contra a infecção.
A metodologia usada não previne a doença, mas poderá servir para controlar a dengue, impedindo a sua progressão para formas mais graves, como o tipo hemorrágico, que pode levar a pessoa à morte. Hoje, para tentar amenizar os sintomas da dengue são usados antitérmicos para diminuir a febre e analgésicos, além da hidratação com soro.
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda que provoca também dor de cabeça e no corpo, náuseas e manchas vermelhas na pele. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Somente entre janeiro e abril deste ano foram registrados mais de 230,8 mil casos suspeitos da doença, sendo 1.069 confirmados de dengue hemorrágica, sendo que 77 pacientes morreram. A epidemia com o maior número de casos no País foi a de 2002, quando cerca de 800 mil brasileiros contraíram a doença.
O estudo do medicamento, desenvolvido pelo Laboratório de Virologia da Faculdade de Medicina da USP, foi realizado com o sorotipo 2 da doença. A meta é chegar a uma droga antiviral que poderá impedir a progressão da doença para as formas mais graves. Nos próximos passos, a pesquisa será feita com os sorotipos 1, 3 e 4 do vírus e, possivelmente até o final deste ano, iniciar a experiência com macacos.