Brasil

Companheiro de sargento gay é preso em Brasília

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postado em 13/06/2008 16:17
O sargento Fernando de Alcântara de Figueiredo, primeiro militar a assumir publicamente a homossexualidade, foi preso nesta sexta-feira (13) em Brasília. Alcântara ficará oito dias detido no Batalhão de Guarda Presidencial (BGP). O companheiro dele, o sargento Laci Marinho de Araújo, está preso desde o dia 4 sob acusação de deserção. De acordo com uma amiga de Alcântara, ele recebeu no início da semana uma notificação do Exército que lhe atribuiu a prática de três infrações: apresentar-se com uniforme alterado em fotos publicadas em uma revista; ocultar informações sobre o destino de seu companheiro, sabendo que ele era procurado por deserção; e ausentar-se do serviço sem autorização. Alcântara teve três dias para apresentar uma justificativa às acusações. As respostas foram entregues hoje de manhã ao Exército, mas mesmo assim o sargento recebeu uma punição, a detenção. Em documento entregue ao órgão, ele diz que a camiseta camuflada que usou nas fotos não fazia parte do uniforme. "Era apenas uma camiseta semelhante a do Exército, vendida em qualquer estabelecimento a qualquer cidadão", escreveu em sua justificativa. O sargento respondeu ainda que, por viver em união estável com De Araújo, tinha o direito previsto em lei de proteger seu companheiro. Ele esclareceu que, no dia em que se ausentou do serviço em Brasília, estava acompanhando De Araújo, que tinha sido preso em São Paulo. Alcântara argumentou que sua permanência no Hospital Geral do Exército na capital paulista fora autorizada, mas pode não ter sido comunicada oficialmente aos militares de Brasília. Exército Em nota divulgada nesta tarde, o Exército informou que a decisão da prisão foi tomada de acordo com os procedimentos previstos no Regulamento Disciplinar do Exército (RDE). O sargento Fernando de Alcântara teve um pazo para apresentar suas razões de defesa. Mas as justificativas não foram consideradas suficientes pelo comando, que decidiu pela punição mais intensa. A nota do Exército é encerrada reafirmando que "foram cumpridas rigorosamente os instrumentos legais, agindo com impessoalidade e observando os direitos previstos na Constituição Federal".

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