postado em 17/06/2008 16:44
A perita criminal, Rosângela Monteiro, que coordenou os trabalhos de perícia no carro e no apartamento de Alexandre Nardoni, 29 anos, e Anna Carolina Jatobá, 24, disse nesta terça-feira (17/06) em depoimento ao juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri da Justiça de São Paulo, que havia três manchas de sangue no Ford Ka, que o casal conduzia Isabella, 5, no dia em que ela foi assassinada. Segundo Rosângela, as manchas foram lavadas, mas foi possível percebe-las com o uso de produtos especiais. A perita testemunhou como testemunha de acusação.
Rosângela também afirmou em juízo que havia manchas de sangue numa fralda encontrada no interior do apartamento. Como todas as manchas foram lavadas com detergente, não foi possível extrair o DNA para comprovar que se trata de sangue de Isabella, que foi esganada e jogada do sexto andar na noite de 29 de março. Em seu depoimento, a perita detalhou como foi o trabalho dos técnicos do Instituto de Criminalística e a elaboração dos laudos.
Os advogados de defesa questionaram se havia algum indício da presença de uma terceira pessoa no apartamento. Rosângela explicou que foram colhidas digitais de portas, maçanetas e objetos, mas que não foram encontrados qualquer indício da presença de estranhos no apartamento. Neste momento, um dos advogados dos Nardoni disse achar estranho não haver outras digitais no imóvel, se mais de dez policiais entraram e saíram várias vezes do apartamento para fazer uma varredura logo depois que Isabella foi encontrada no jardim.
Alexandre e Anna Carolina acompanham os depoimentos, mas não podem se manifestar. Caso alguma testemunha não fique a vontade com a presença dos réus na sala, o juiz pedirá que eles saiam. Três advogados de defesa e o promotor Francisco Cembranelli acompanham os depoimentos e podem fazer perguntas às testemunhas. Rosângela foi a primeira a depois e outras sete deverão prestar depoimento ainda hoje.
Local do crime
O advogado de defesa do casal Nardoni, Marco Polo Levorin, questionou a perícia sobre a preservação do local do crime e os motivos para tantas visitas ao apartamento. "Aquele foi um dos locais de crime mais bem preservados que vi em meus 21 anos de experiência no Instituto de Criminalística (IC)", respondeu a perita. De acordo com ela, o local só foi liberado após a coleta de todas as informações importantes
Levorin perguntou a Rosângela se corredores, portões, muros e outros apartamentos foram devidamente periciados. Ela afirmou que o trabalho da perícia foi completo. O depoimento de Rosângela, iniciado às 14h, terminou por volta das 16h.