postado em 20/06/2008 18:10
O presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região (RJ e ES), o desembargador federal Joaquim Antônio Castro Aguiar, negou parcialmente o pedido do procurador regional da União, Daniel Levy de Alvarenga, para que as tropas do Exército permanecessem no Morro da Providência, na região central do Rio de Janeiro. No despacho, divulgado nesta sexta-feira (20/06), o desembargador determinou que os militares se mantenham apenas na rua onde ocorrem as obras do Projeto Cimento Social.
Alvarenga entrou ontem com recurso no TRF na tentativa de anular a decisão da juíza da 18ª Vara Federal, Regina Coeli Medeiros de Carvalho Peixoto, de retirar imediatamente as tropas do Exército do morro. Na decisão da juíza, os militares deveriam ser substituídos por policiais da Força Nacional de Segurança (FNS).
Desde o início do projeto, os militares atuam em todo o morro. Em entrevista no Comando Militar do Leste, na segunda-feira, o chefe da seção de Comunicação Social do Exército, coronel Carlos Barcellos, disse que os militares ficavam posicionados em pontos estratégicos necessários para "dar segurança à equipe de engenheiros militares que atuam no projeto Cimento Social e aos equipamentos e canteiros de obras".
A relação dos militares com a comunidade está estremecida após a morte de três jovens da favela, no fim de semana. Abordados pelos soldados, eles teriam desacatado os militares e, como punição, entregues a traficantes rivais do Morro da Mineira, na zona norte da cidade, onde foram mortos. Onze militares acusados do crime estão presos desde domingo no 1º Batalhão de Policiamento do Exército, na Tijuca.