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Escola com pior nota no Ideb é da capital do Pará

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postado em 22/06/2008 08:55
De um lado, alunos que recebem acompanhamento individual e contam com aulas de flauta, informática, inglês e capoeira no turno contrário. Do outro, um colégio que sofre com o abandono e já registrou até mesmo uma tentativa de estupro dentro da unidade. Essa é a realidade das duas escolas que registraram a melhor e a pior nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 2007 (Ideb) para as séries inicias do ensino fundamental: a Escola Elisabeth Maria Cavaretto de Almeida, em Santa Fé do Sul (SP) e o colégio Ruy Paranatinga Barata, de Belém (PA). A escola de Santa Fé, cidade com 30 mil habitantes, atende alunos da pré-escola 4ª série do ensino fundamental. No Ideb de 2005 apresentou nota bem abaixo da média das outras unidades da rede municipal: 2,6. Em 2007, a nota foi 8,6, a maior da rede pública de ensino do país nos anos iniciais do ensino fundamental. Para a diretora do colégio, Odete Stefanoni, foi a mobilização de todos que reverteu o quadro. A gente não esperava, a ficha ainda não caiu. Foi uma choradeira conta. Não foi um trabalho inovador, mas foi de equipe, de união. Nós tínhamos que melhorar e o diferencial foi o comprometimento, acredita. Odete acredita que a nota baixa foi algum erro de apuração do ministério. Mas já que a gente não ia mudar, fomos atrás para melhorar, justifica. Um dos princípios da escola é o atendimento individual do aluno. A escola conta com quatro professores de apoio que acompanham os estudantes com mais dificuldade. No turno contrário aula, os alunos com baixo rendimento fazem reforço duas vezes por semana durante quatro horas. Essas crianças são acompanhadas de perto para a gente ter esse retorno, explica. Outro diferencial são as atividades extra-classe oferecidas como informática, dança, capoeira, canto, inglês e futsal. Já no colégio Ruy Paranatinga Barata, em Belém, a diretora Léa Gomes Miranda, denuncia os problemas estruturais que há mais de uma década são sentidos pela instituição. Ela diz que ficou surpresa com a nota da escola, que foi 0,1. Segundo Léa, em 2006 quando ela assumiu a direção, a escola estava com o fornecimento de água e luz cortados. Encontrei a escola com o nome mal visto lá fora, diz, lembrando que houve até uma tentativa de estupro dentro da unidade. Tudo isso refletiu no resultado, afirma. Miranda diz que o quadro já está sendo mudado, com o estímulo participação da família e atividades extra-classe. Ficamos muito tristes com o resultado, mas as mudanças já estão acontecendo e na próxima avaliação já teremos outros números, espera. Para a secretária de educação básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar Silva, as diferenças entre os resultados do Ideb nas escolas é o retrato das desigualdades do Brasil. O que o governo federal tem que fazer são políticas que compensem essas desigualdades. Por isso que o Ideb é bom, para conhecermos as escolas e as cidades mais fracas e levar para elas mais políticas, mais recursos e mais projetos. Mas também conhecer os bons projetos e fazer com que eles ganhem visibilidade para que as outras cidades e escolas aprendam com quem tem dado conta do recado, avalia.

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