postado em 26/06/2008 10:17
O caos no trânsito das grandes cidades obrigou até mesmo os serviços de atendimento de saúde de emergência a se adaptarem. A partir de agosto, 400 motocicletas serão distribuídas para auxiliar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Batizadas de ;motolâncias;, as motos com 250 cilindradas serão dirigidas por auxiliares de enfermagem, treinados para dar atendimento rápido até a equipe completa do Samu chegar com a ambulância. Um serviço que, na avaliação de especialistas, é imprescindível em locais onde a espera no trânsito é grande. ;Uma licitação para compra já foi providenciada;, afirmou o coordenador do Samu, Cloer Alves.Pelo calendário, as primeiras motos serão distribuídas a partir de agosto. A inclusão dos veículos na equipe de resgate foi anunciada pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e integra uma série de mudanças no Samu, o serviço de urgência criado pelo Ministério da Saúde em 2003 que conta com aproximadamente 23 mil profissionais. O ministro anunciou também a criação de uma força de profissionais para atender a acidentes com múltiplas vítimas - um risco em locais como refinarias, represas e rodovias.
Apesar do anúncio do Ministério da Saúde, as secretarias estaduais e municipais ainda não têm mais detalhes do projeto das ;motolâncias;. Em São Paulo, talvez o exemplo mais crítico da disputa injusta entre médicos e trânsito, a Secretaria Municipal da Saúde ainda não sabe quantas motos vai receber nem quando elas irão de fato chegar. Mas o coordenador de Regulação Médica do Samu de São Paulo, Domingos Guilherme Napoli, já avisou que irá pedir 20 motocicletas para ajudar as ambulâncias do serviço. ;É simples, temos 20 ambulâncias equipadas com médicos, então precisamos de 20 motos para auxiliá-las e fazerem o pré-atendimento;, diz Napoli, que está participando do congresso do Ministério da Saúde em Brasília. ;Essa é a nossa intenção, mas ainda não há um número concreto.
Experiência
Em Salvador, na Bahia, cinco motos são usadas pelo Samu desde 2005, para tornar mais ágil o atendimento. ;Nossos focos são os acidentes automobilísticos e as vítimas de patologias cardíacas, que precisam ser socorridos mais rapidamente;, diz o coordenador do Samu na capital baiana, Jorge Serra. De acordo com ele, o motociclista chega, em média, na metade do tempo que a ambulância ao local onde está a vítima. ;É a diferença entre a vida e a morte;, confirma o técnico em enfermagem Adaílton Cássio Rocha, de 31 anos. ;Atendo de cinco a dez chamados por turno e acho que já salvei muita gente.;