postado em 26/06/2008 22:11
A Igreja da Candelária realiza nesta sexta-feira (27/06) uma cerimônia em homenagem às vítimas da chacina do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. A data escolhida marca um ano do episódio. Na ocasião, 19 pessoas foram mortas durante uma mega-operação que mobilizou 1.350 policiais militares com armamento pesado. O laudo produzido pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) caracterizou a empreitada da polícia como uma ;operação de extermínio;.
A cerimônia foi batizada de Ato Pela Vida contra o Extermínio. Durante o evento, os manifestantes carregarão faixas e cartazes com fotos e números de milhares de vítimas de operações policiais do governo Sérgio Cabral. Da igreja, a manifestação segue em marcha até a Secretaria de Segurança Pública, na Central do Brasil.
De acordo com os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2007, foram registrados 1.330 ;autos de resistência; no estado do Rio de Janeiro contra 23 policiais mortos em serviço. O número de civis mortos em ;supostos confrontos; com as forças policiais demonstram uma proporção de 57,8 para 1. Ou seja, para cada policial morto em serviço existem quase 58 civis mortos inseridos na categoria de ;auto de resistência;.
No governo Sérgio Cabral já foram registradas 358 pessoas mortas por policiais nos primeiros três meses de 2008. As ações de combate nos morros cariocas foram ordenadas pela Secretaria de Segurança Pública. Se essa média se mantiver, a polícia fluminense matará até o final do ano 1431 pessoas.
Durante o ato será distribuída uma carta aberta à população, demonstrando que a política de extermínio do governo Cabral não tem tornado o Rio de Janeiro mais seguro; ao contrário, tem contribuído para que o Estado esteja entre os três primeiros no quesito homicídio. Além disso, ao passo que os autos de resistência aumentam sistematicamente, o número de apreensões de armas e drogas tem diminuído nos últimos dois anos.