postado em 27/06/2008 16:02
Oito pessoas foram presas nesta quinta-feira (26/06) no Sul de Minas Gerais e no Triângulo, suspeitas de pertencer a uma quadrilha de roubo de cargas de remédios. A Operação Serpente Negra foi realizada pela Polícia Federal em Minas Gerais, Goiás, São Paulo e no Distrito Federal. O alvo principal da quadrilha era uma transportadora em Uberlândia. A base da operação foi a delegacia da PF na região, para onde foram encaminhados os presos. Foi apreendida uma grande quantidade de mercadorias, incluindo equipamentos de informática, armas e medicamentos.
O jornal Estado de Minas informou, em 15 de junho, que uma quadrilha de medicamentos com atuação no estado, tendo como fortes suspeitas as distribuidoras de remédios, estava sob investigação. Os levantamentos mostravam que mais de 80 mil caixas eram estocadas e distribuídas nas farmácias e drogarias de Minas por menos da metade do preço praticado mercado.
O chefe-adjunto do Departamento de Crimes contra o Patrimônio da Polícia Civil, Nelson Geraldo da Rocha Filho, afirmou que os valores de venda são irrisórios e não podem ser praticados dentro da formalidade. O roubo de cargas representa prejuízos de aproximadamente de R$ 1 bilhão ao ano nas transportadoras no país e R$ 60 milhões em Minas Gerais, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de Minas Gerais (Sectemg).
Na cidade de Rio Verde, em Goiás foram apreendidos uma carga de medicamentos de tarja preta que estavam escondidos num galpão. Reportagem do Estado de Minas publicada no dia 16 denunciava que os remédios controlados, popularmente conhecidos como ;tarja-preta;, são os mais visados pelos ladrões de carga de produtos farmacêuticos. No ranking elaborado a partir do cruzamento de dados dos 19 laboratórios que denunciaram a ocorrência de roubo de lotes à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dos 20 remédios mais roubados de janeiro a maio deste ano, cinco são antidepressivos, quatro são antibióticos, três são antiinflamatórios e três, calmantes ou sedativos.
Em Poços de Caldas, no Sul de Minas, três suspeitos foram presos quando estavam em casa. Dois deles foram transferidos para Uberlândia, de onde partiram os mandados de prisão. Nos locais onde foram capturados os suspeitos, a Polícia Federal apreendeu 170 chips de telefones celulares, dois computadores, documentos de identidade falsos, talões de cheque e um veículo. De acordo com os policiais, os bandidos só agiam quando a carga estava avaliada em mais de R$ 1 milhão. Funcionários da transportadora investigada passavam informações privilegiadas ao grupo, que interceptava os caminhões.