postado em 30/06/2008 09:57
A Prefeitura de São Paulo pretende, a partir desta segunda (30/06), tirar de circulação 85 mil caminhões do centro expandido da cidade. Mas, se depender dos caminhoneiros, isso não representará menos congestionamentos. Eles ameaçam parar o trânsito ocupando os acostamentos da Marginal do Tietê e fazendo comboios em protesto à restrição de circulação de caminhões que já está valendo. A Prefeitura, por outro lado, promete reforçar a fiscalização.
O Sindicato dos Condutores em Transportes Rodoviários de Cargas Próprias de São Paulo promete reunir 200 caminhões, na manhã desta segunda (30/06), para circular lentamente pelas principais vias da cidade. Já a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM) pretende prejudicar o trânsito apenas seguindo as regras. Como não podem parar no acostamento das estradas, por conta da fiscalização da Polícia Rodoviária, os caminhões vão esperar o horário permitido no acostamento das Marginais. ;Como são muitos, alguma faixa será ocupada;, afirmou o presidente da entidade, José Lopes.
Os impactos positivos e negativos da medida podem ser maquiados por um detalhe: nesta segunda começam as férias escolares. "Naturalmente o trânsito fluirá melhor", disse o consultor em transporte Horácio Figueira. Especialistas acreditam que, pelo menos nos primeiros meses, a restrição aos caminhões vai aliviar o trânsito. Mas nem toda a cidade deve sentir os impactos. ;Os moradores do Ipiranga vão notar uma melhora maior do que quem vive nos Jardins, por exemplo. Mas toda a cidade vai ganhar;, disse o engenheiro e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) Jaime Waisman. Dos cinco especialistas consultados, ele foi o único a defender plenamente a medida.
Segundo o secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, a medida reduzirá de 15% a 17% o congestionamento da capital. Nas contas dos técnicos da secretaria, um caminhão parado ou em movimento ocupa, em média, 50 metros quadrados de área e um veículo urbano de carga (VUC) , 25 metros quadrados. Para mostrar as vantagens da medida, a secretaria compara esses dados com o espaço ocupado por um carro: 15 metros quadrados.