postado em 02/07/2008 14:12
O rodízio que proíbe a circulação de caminhões em vários locais de São Paulo vai continuar, apesar das manifestações de motoristas e de sindicatos da categoria, afirmou nesta quarta (02/07) o secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes.
;Nos últimos 90 dias nós ouvimos 94 entidades, sindicatos, empresas de logísticas, transportadoras e tudo foi analisado. Novas exceções dificilmente serão acatadas;, disse. Está marcada para esta tarde uma reunião entre o secretário e representantes de sindicatos para discutir o assunto, mas ele confirmou que as restrições previstas na lei serão mantidas.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Condutores em Transportes Rodoviários de Cargas Próprias de São Paulo, Washington Carvalho de Oliveira, o maior interesse da categoria é não restringir a entrega de cargas no dia-a-dia. ;Vamos nos reunir antes do encontro com o secretário para estabelecer uma pauta de reivindicações.;
A medida proíbe a circulação de veículos pesados das 5h às 21h em uma área que abrange 100 quilômetros quadrados do centro expandido da capital paulista. Mas há algumas exceções, como caminhões de coleta de lixo.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), na terça (01/07) foram aplicadas 1.074 multas para motoristas que infringiram a nova lei e na segunda-feira, 1.063. ;Houve uma redução de 40% [no fluxo] comparada às férias do ano passado;, disse o secretário, com base nos dados das férias deste ano. O secretário espera que 85 mil caminhões sejam retirados das ruas durante o horário previsto no rodízio.
Os motoristas estarão sujeitos a duas infrações, ambas com pontuação de quatro pontos na carteira de habilitação, classificadas como gravidade média e cumulativas: por transitar em local e horário não permitidos, terão que desembolsar R$ 85,13 e por desrespeitar o rodízio municipal de veículos, no valor de R$ 85,12.
Carvalho de Oliveira informou que já há registro de dificuldade no abastecimento de alguns produtos. Para o vice-presidente de Comunicação da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva, ainda não há reflexos do desabastecimento. ;Os supermercados possuem estoques de cinco, dez dias, e a restrição nesses dois dias [de vigência da lei] não observamos problemas".
Paiva disse ainda que as empresas terão que se readequar para cumprir os prazos de atendimento, o que vai gerar maior custo, mas considera remota a possibilidade de desabastecimento. ;Vai haver dificuldade, vão ter que contratar mais gente. Pode haver algum problema pontual com algum produto, mas nada generalizado por causa da lei.;