postado em 09/07/2008 10:12
Foi aberto nesta quarta (09/07) o inquérito policial para investigar o médico Fernando José Mendes Slovinski, chefe do setor de Radiologia do Hospital Estadual Governador Celso Ramos, em Florianópolis, um dos maiores de Santa Catarina. Ele é acusado de inventar doenças graves em pacientes para poder cobrar por exames e tratamento a serem realizados dentro do próprio hospital, que possui convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS). Tudo foi gravado por uma paciente que sentia fortes dores no ombro e procurou o hospital para realizar um diagnóstico.
Segundo o chefe da Polícia Civil do Estado, delegado Maurício José Eskudlark, o radiologista cometeu crime contra a administração pública. Por isso, disse, foi indiciado pelo crime de concussão. Segundo o Código Penal, concussão "é o ato de exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida". O réu pode ser condenado a uma pena que varia de 2 a 8 anos de reclusão.
Acompanhada da mãe, uma paciente ouviu de Fernando que um tipo de dor que sofria no ombro poderia indicar a presença de um tumor e que o quadro era sério e necessitava de uma intervenção urgente. O radiologista afirmou que ou ele encaminharia a paciente para a fila do hospital, o que poderia demorar até três anos de espera, ou encaminharia para sua clínica particular, localizada no centro da cidade, mas a um custo muito alto.
Como gostaria de "ajudar" a paciente, ele afirmou que cobraria 3.500 reais para realizar os exames e o tratamento em caráter de urgência dentro do hospital, mas que nada sobre o negócio poderia sair das quatro paredes do consultório. Com o uso de uma microcâmera, toda a negociação e a entrega dos valores foram gravadas pelas vítimas. Ao tomar conhecimento do ocorrido, a Secretaria da Saúde catarinense afastou o médico, que poderá ser exonerado.