postado em 11/07/2008 16:42
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios acusa a empresa de contratar sobrinhos e filhos de funcionários temporariamente em lugar dos trabalhadores paradados há 11 dias. Segundo o secretário-geral do sindicato, Oswaldo Cruz, as contratações seriam uma forma de "premiar" servidores que se recusaram a participar da greve, deflagrada em todo Brasil.Segundo Oswaldo Cruz, essa contratação fere o princípio da pessoalidade, pois o serviço prestado pela empresa só pode ser desenvolvido por funcionários do quadro, além de estar funcionando como prêmios para quem não aderiu ao movimento. ;No Maranhão, os filhos, sobrinhos, familiares de quem não está participando do movimento estão sendo contratados pela empresa como mote (mão-de-obra temporária), funcionando como recompensa para esses funcionários;, afirma o sindicalista.
Para reduzir o gargalo nas entregas provocados pela greve - já são 1,6 milhão de encomendas paralisadas -, o Correios contratou, na terça-feira, 130 funcionários para suprir a demanda.
Segundo Oswaldo Cruz, a demanda diária é de, aproximadamente, nove toneladas de carga importadas no Maranhão, mas essas correspondências não estão chegando por conta do movimento em outros estados. Apenas o setor regional, que recebe três toneladas por dia, continua trabalhando.
Greve continua
A greve não tem previsão para acabar, segundo o secretário. Ele afirma que o movimento grevista do estado rejeitou a proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O ministro do TST, Rider Nogueira de Brito, sugeriu o retorno dos funcionários dos Correios, a partir desta sexta-feira, em troca da negociação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). ;Se com os funcionários em greve não conseguimos nenhum acordo, imagina se voltarmos às atividades.;, declara Oswaldo Cruz.
Uma assembléia será realizada às 14h, no Outeiro da Cruz, para decidir as novas diretrizes do movimento. A reportagem entrou em contato com a assessoria dos Correios, mas ainda não recebeu retorno.