Brasil

Sanitarista aponta sintomas de problema estrutural na saúde pública

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postado em 14/07/2008 14:21
Epidemias como a da dengue, no Rio de Janeiro, e a morte de mais de 200 bebês desde o início deste ano ano na Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém, são sintomas de um problema estrutural na saúde pública do país. A afirmação foi feita nesta segunda (14/07) pela médica sanitarista Lígia Bahia, em entrevista ao programa Noticias da Manhã, da Rádio Nacional. Segundo Lígia Bahia, que é professora do Laboratório de Economia e Política da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), neste momento, está sendo feito um esforço para reverter a situação, mas, para tanto, foi preciso que ela se tornasse quase uma calamidade. ;Um genocídio aconteceu no Pará e só depois foram tomadas medidas para reverter a situação;, afirmou a médica. Para Lígia, isso caracteriza uma situação de subdesenvolvimento no que diz respeito à saúde. De acordo com ela, o Brasil tem conhecimento suficiente para evitar que essas tragédias ocorram na dimensão que assumem no país. A professora disse que a primeira medida a ser tomada em uma situação de crise é fechar imediatamente qualquer sinal de epidemia, e não ficar com demagogia em torno da possibilidade de ser um caso isolado ou de não ser uma epidemia. ;Isso sempre retarda as medidas, inclusive as que não são mais as preventivas para evitar que novos casos ocorram;, garantiu. Ela apontou, entre as medidas pontuais necessárias, o controle mais rígido da segurança da gestão das ações de saúde e a disponibilidade de recursos. O problema é que o Brasil não tem indicadores de saúde compatíveis com o desenvolvimento econômico do país, e a saúde não tem a prioridade que deveria ter para o governo, afirmou.

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