postado em 14/07/2008 18:58
Um esquema de venda de carteiras de habilitação falsas, com a suposta participação de um policial civil, foi desfeito pela Polícia Militar de Pedro Leopoldo, na Grande Belo Horizonte. Dois homens foram presos na noite de sábado portando três documentos forjados, e um deles revelou que a fraude era comandada por um agente de polícia que trabalha para a delegacia da cidade e para a Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), espécie de sucursal do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG).
Policiais da Companhia Tático Móvel do 36º Batalhão monitoravam os passos do comerciante Orlando Alcebíades Matozinhos, de 64 anos, havia cerca de um mês. Por volta das 19h de sábado, ele foi flagrado entregando uma carteira ao trabalhador rural Milton Rodrigues Pereira, de 21, na porta do estabelecimento, na Rua Dirceu Lopes, 346, Centro de Pedro Leopoldo. No bolso, Orlando tinha R$ 900 e mais dois documentos, que seriam repassados a outros clientes. Os números das habilitações não constam dos registros do Detran, apesar de o papel ser idêntico ao usado pelo órgão. A perícia confirmará a origem do material.
Cada documento era vendido a R$ 1,1 mil, em duas parcelas. A primeira, de R$ 200, era paga no momento da encomenda e o restante, no ato da entrega. Aos policiais, Orlando disse ser apenas um intermediário. Para cada negócio que fechava, ganhava R$ 50 ou R$ 100. Quem se encarregava da falsificação e ficava com a maior parte do dinheiro, segundo ele teria dito, era um agente de polícia identificado como Marcos e conhecido na cidade como Frangão. O esquema funcionaria há pelo menos nove meses, com várias habilitações já vendidas.
Milton foi autuado em flagrante por uso de documento falso e levado à Cadeia Pública do município. Orlando vai responder por falsificação, mas passou mal e teve de ser internado. O policial suspeito deve ser intimado nos próximos dias.