postado em 14/07/2008 19:17
Já são 126 os médicos demissionários da rede pública de saúde do estado por conta da falta de acordo entre a categoria e a Secretaria Estadual de Saúde (SES). A entrega massiva dos cargos vem sendo coordenada pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) Entre os profissionais que há entregaram suas cartas de exoneração estão todos os 37 profissionais da UTI do Hospital da Restauração (HR), 22 cirurgiões vasculares também do HR, toda a equipe de clínicos do Hospital Getúlio Vargas, Otávio de Freitas e da Restauração, além de obstetras e neonatologistas do Barão de Lucena.
Antes de entregar as exonerações à SES, porém, os médicos aguardam a realização de mais ma assembléia da categoria, marcada para o dia 24 de julho, até quando o Simepe aguarda receber mais uma proposta do governo. A saída efetiva dos médicos, no entanto, só ocorreria de fato 30 dias depois da entrega dos pedidos de demissão, em 24 de agosto, conforme orientação do Jurídico do Simepe. Na noite da quinta-feira passada, a categoria rejeitou, por unanimidade, o plano de reajuste salarial de 48% para os plantonistas das grandes emergências do estado.
De acordo com o vice-presidente do Simepe, Sílvio Rodrigues, a proposta da SES era excludente. ;Em um universo de 6 mil médicos que trabalham para o estado, apenas 800 seriam beneficiados com o reajuste;. Ele também observa que a valorização dos médicos do interior, colocada como prioridade pela pauta de reivindicações da categoria, não foi contemplada pela proposta da SES. A falta de médicos nas unidades do interior é apontada pelo Simepe como um dos fatores que causa a superlotação dos hospitais do Recife.
A SES, por sua vez, contesta a classificação de segregadora dada pelo Simepe à proposta apresentada pelo governo. De acordo com o secretário de Saúde, João Lyra Neto, no ano passado foi feito um acordo de um novo Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) para que os médicos fossem enquadrados de acordo com o tempo de serviço.
Segundo Lyra, pelo PCCV, os médicos com menos de 10 anos foram enquadrados com aumento de 5%, superior à inflação. Os médicos entre 10 e 20 anos terão, em dois anos, um reajuste mínimo de 13,68%. Já os médicos que têm entre 20 e 30 anos de serviço terão um reajuste em torno de 23%. Profissionais com mais de 30 anos ganharão um aumento mínimo de 33,27%.