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Policiais suspeitos da morte de Rafaeli Lima farão avaliação psicológica

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postado em 15/07/2008 16:26
Dois policiais militares suspeitos de envolvimento na morte de Rafaeli Lima, de 21 anos, em Porto Amazonas, devem ser encaminhados para Curitiba nesta terça-feira (15/07) para avaliação psicológica. Luis Gustavo Landmann e Dioneti dos Santos Rodrigues estão recolhidos no Batalhão de Ponta Grossa, e devem ser atendidos pelo Serviço de Assistência Social (SAS) do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar (PM). Segundo a tenente Natália Marangoni, do 1º BPM, os policiais devem ser ouvidos no inquérito policial que apura as circunstâncias da morte de Rafaeli. "Depois de prestarem depoimentos, os policiais retornam a Ponta Grossa", afirmou. A jovem foi baleada na cabeça durante uma perseguição policial na madrugada de domingo e não resistiu aos ferimentos. Os PMs teriam confundido o carro onde Rafaeli estava com um veículo que perseguiam, que seria da mesma cor. Luiz Gustavo teria dado o tiro que acertou Rafaeli. O estudante Diogo Soldi Schuhli, de 21 anos, dirigia o carro, e foi atingido de raspão. Sob grande comoção, o corpo de Rafaeli foi enterrado na manhã de segunda-feira, em Porto Amazonas. Diogo compareceu ao enterro da amiga. "Quando eles pararam e eu me dei conta da batida, escutei os disparos. Na hora que eu saí do carro, o PM falou: ;Desce, desce, desce;. Eu desci do carro, mostrei o documento para ele e ele falou: ;Deita, deita, deita, senão vai levar;. A primeira atitude foi deitar no chão. Eu me identifiquei, ele viu que a placa do veículo era da cidade. Daí ele abriu a porta do carro, viu o que tinha acontecido, botou a mão na cabeça e falou assim para um outro policial: ;Fizemos cagada;. Perceberam que ela estava inconsciente no banco", contou o amigo de Rafaeli. O inquérito que investiga a morte da jovem tem 40 dias para ficar pronto e, após o fim do prazo, pode ser prorrogado por mais 20. As investigações são acompanhadas pelo Ministério Público do Paraná. Na segunda, a Secretaria Estadual de Segurança divulgou nota em que reconhece o erro, e disse que o carro foi confundido com outro que a PM perseguia. O mesmo argumento foi usado pelos policiais. O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB-PR), classificou como injustificável a ação policial que culminou com a morte da jovem. "Os policiais deverão ser rigorosamente punidos pelo que aconteceu e vão responder por tudo. Os policiais já estão afastados das funções e deverão receber uma punição exemplar", afirmou Requião.

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