postado em 16/07/2008 16:53
O ex-estudante de Direito Gustavo de Macedo Pereira Napolitano confessou nesta quarta-feira (16/07) que tinha consciência de seus atos ao matar a avó e uma empregada em 2002, depois de cheirar cocaína. Nesta quarta, ele foi submetido a um segundo julgamento. Napolitano depôs por cerca de 20 minutos e confessou à juíza Giovana Furtado de Oliveira Tellini Camargo que tinha consciência dos crimes enquanto os cometeu. Ele, no entanto, afirmou que não teria matado as vítimas se não estivesse sob efeito da droga.
O julgamento começou com mais de uma hora de atraso, por volta das 14h20 desta quarta. Um acordo entre a acusação e a defesa do réu permitiu que todas as testemunhas fossem dispensadas. Com isso, acusação e defesa passaram a apresentar suas argumentações. A decisão do júri deve ser divulgada ainda hoje.
Em 2006, o rapaz foi julgado no mesmo Tribunal do Júri e acabou condenado a 34 anos e 8 oito meses de reclusão. A defesa recorreu da sentença e conseguiu um novo julgamento. Antes do crime, Gustavo Napolitano chegou a vender objetos pessoais e até o carro da mãe para comprar a droga. No dia do crime, ele deu a um traficante uma televisão, um porta CDs, um relógio, R$ 30 em dinheiro e o Gol, da mãe dele, Vera de Macedo Pereira, avaliado em R$ 12.500.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o rapaz matou a avó Vera Kuhn de Macedo Pereira enquanto ela estava deitada na cama. Quando viu a idosa sendo morta, a empregada Cleide Ferreira da Silva entrou em desespero e também foi assassinada.
Há dois anos, o júri chegou à conclusão que a avó foi morta por meio cruel, sem possibilidade de defesa e por motivo fútil. No caso da morte da empregada, os jurados haviam concluído que houve emprego de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, mas não atribuiu a qualificadora de motivo fútil, afastado após o depoimento de uma testemunha de defesa, a tia do réu. Ela contou que, dias após o crime, Gustavo lhe disse que matou a empregada porque ela entrou em pânico ao perceber que Vera estava morta.
Para a acusação, Gustavo estava consciente quando cometeu os crimes e não pode ser classificado como inimputável (sem responsabilidade pelos atos). Para o Instituto Médico Legal, Gustavo não tinha consciência do que fez quando matou a avó e a empregada, por ter ingerido grande quantidade de droga. Foram cinco votos a favor da tese de que Gustavo tinha consciência de seus atos, contra dois o isentando da culpa.
Gustavo não foi o único a ser preso no caso. No dia dos assassinatos, a polícia prendeu também Adriano Campelo da Silva, traficante acusado de fornecer cocaína para o rapaz. Ele foi condenado por tráfico de drogas e cumpre a pena.