postado em 16/07/2008 18:28
O Primeiro Comando da Capital (PCC) está aterrorizando o diretor do presídio Regional de Cajazeiras, João Soares da Silva, e três agentes penitenciários que atuam no local. O PCC quer a liberação do detento José Antônio Paulo Neto, 22 anos, mais conhecido por ;Paulista;, natural de Maceió (AL), que cumpre pena por tráfico de drogas no local e é integrante da facção. Ele está preso desde o dia 19 de abril deste ano.
As ameaças foram repassadas por um detento que estava cumprindo pena na mesma cela do ;Paulista;, e entregou para o diretor todo o plano do grupo. Com medo, o diretor reforçou a segurança do presídio e ficou trancafiado no local até às 11h e só saiu escoltado por seguranças. Ele foi informado sobre o plano do PCC na manhã de anteontem. ;Vou até João Pessoa pedir providências ao secretário de Segurança Pública, Eitel Santiago;, disse o diretor.
O PCC estaria com a intenção de resgatar o ;Paulista; durante a audiência realizada no Fórum de Cajazeiras, realizada na manhã de ontem. A audiência só terminou no final da manhã, e a condenação do réu não ficou decidida. Porém, a justiça autorizou a transferência do acusado para um dos presídios de João Pessoa.
Após a audiência, ele foi levado para a sede do Batalhão de Polícia Militar enquanto aguardava a transferência para a capital paraibana.
Segundo o diretor, o detento informou que os bandidos iriam matar João Soares se o acusado fosse condenado. Os bandidos estariam escondidos em uma fazenda localizada no município de Cajazeiras.
Os familiares do diretor do presídio também estão bastante assustados e já saíram da residência da família. As duas filhas de João Soares estão sem trabalhar por medida de segurança. Policiais militares estão realizando escolta para os familiares do diretor.
O diretor acrescentou que já recebeu várias ligações telefônicas de bandidos de São Paulo e Brasília obrigando que o diretor autorizasse a entrada de drogas no local, que seriam destinadas a ;Paulista;. ;Eles estão revoltados porque estou mantendo a ordem no local e não deixo entrar nenhum tipo de droga no presídio e não vou abrir mão para ninguém;, afirmou o diretor.
No final da tarde de ontem, o detento José Antônio Paulo Neto foi transferido para o Presídio do Róger na capital, onde aguardará a sentença que será expedida pela 4ª Vara da Justiça do município de Cajazeiras.
Droga
Na noite de segunda, os policiais militares que realizavam a segurança do presídio perceberam a existência de um pacote no telhado. Segundo informações policiais, um menor de idade teria passado no local em uma bicicleta e jogado o pacote para cair na quadra de esportes, mas o saco plástico acabou caindo no telhado.
Dentro do saco havia 250 gramas de maconha, dois carregadores para celular, 15 preservativos e duas facas. Ontem pela manhã cerca de 50 policiais realizaram uma operação pente ;fino no presídio e encontraram três espetos, um aparelho celular, um carregador e uma faca.
Atualmente, o presídio de Cajazeiras abriga 138 presos. A capacidade é para 60 detentos. Diariamente, a segurança do local é feita por sete policiais militares e o número de soldados foi aumentado para 20.