postado em 18/07/2008 16:04
O embate da sociedade e da comunidade científica no Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu a liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias, já rendeu avanços positivos para os pesquisadores da área, principalmente pela repercussão internacional e o potencial de atração de recursos da iniciativa privada. O balanço foi feito hoje (18) pela geneticista e pesquisadora Mayana Zatz, do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP).
Principal nome da pesquisa do genoma no Brasil, a pesquisadora disse que recebeu apoio de colegas estrangeiros e uma disponibilidade gigantesca de cooperação, após a decisão pela constitucionalidade do artigo da Lei de Biossegurança, que permite esse tipo de pesquisa. Eles nos olham agora com mais respeito, como se dissessem: agora vocês fazem parte do clube; estão dispostos a vir aqui nos dar cursos para nos ensinar mais sobre essas células, realizar troca de estudantes, troca de material, detalhou Mayana durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Segundo Mayana Zatz, o país precisa agora investir em recursos e capacitação de profissionais, para viabilizar o andamento das pesquisas com células-tronco de embriões. Temos vários laboratórios que têm potencial para fazer essas pesquisas, mas vamos precisar de mais recursos e mais know how. Nós realmente vamos poder crescer, mas precisamos de investimentos, além de tornar os centros já existentes em focos multiplicadores, disse a geneticista.
A liberação das pesquisas já despertou interesse da iniciativa privada norte-americana e européia em financiar os estudos, segundo a pesquisadora. Esperamos que a iniciativa privada nacional seja motivada a colaborar também. Somente com recursos públicos, o ritmo das pesquisas é devagar, apontou.
A decisão do STF sobre utilização de embriões também abriu perspectivas para pesquisadores que estudam e aplicam pesquisas com células-tronco adultas, de acordo com a professora Ângela Luso, coordenadora do banco de sangue de cordão umbilical da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Sentimos que já houve abertura dos comitês de ética para tentar agilizar os processos, porque ainda há muita coisa parada E é importante destacar que as pesquisas com células adultas, com objetivo de aplicação clínica, vão continuar sendo feitas, comentou.
Durante a reunião da SBPC, Mayana Zatz divulgou resultados recentes de utilização de células tronco da polpa dentária em cachorros da raça golden retriever, com obtenção de resultados positivos para casos de distrofia. Em outro estudo, lançado recentemente, o grupo da cientista utilizou células-tronco de gordura em camundongos com fraqueza muscular, também com resultados promissores, segundo Mayana.
Em relação pesquisa com células embrionárias, estamos na fase de reescrever os projetos, porque em três anos [tempo que a pesquisa ficou paralisada aguardando a decisão do STF] muita coisa mudou. Vamos submetê-los s comissões de ética e s instituições de financiamento, adiantou Mayana Zatz.
18/07/2008 16:02 - AB/ /MAYANA ZATZ DIZ QUE DECISÃO DO STF JÁ TROUXE AVANÇOS EM PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO
MAYANA ZATZ DIZ QUE DECISÃO DO STF JÁ TROUXE AVANÇOS EM PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO
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Mayana Zatz diz que decisão do STF já trouxe avanços em pesquisas com células-tronco
O embate da sociedade e da comunidade científica no Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu a liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias, já rendeu avanços positivos para os pesquisadores da área, principalmente pela repercussão internacional e o potencial de atração de recursos da iniciativa privada. O balanço foi feito hoje (18) pela geneticista e pesquisadora Mayana Zatz, do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP).
Principal nome da pesquisa do genoma no Brasil, a pesquisadora disse que recebeu apoio de colegas estrangeiros e uma disponibilidade gigantesca de cooperação, após a decisão pela constitucionalidade do artigo da Lei de Biossegurança, que permite esse tipo de pesquisa. Eles nos olham agora com mais respeito, como se dissessem: agora vocês fazem parte do clube; estão dispostos a vir aqui nos dar cursos para nos ensinar mais sobre essas células, realizar troca de estudantes, troca de material, detalhou Mayana durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Segundo Mayana Zatz, o país precisa agora investir em recursos e capacitação de profissionais, para viabilizar o andamento das pesquisas com células-tronco de embriões. Temos vários laboratórios que têm potencial para fazer essas pesquisas, mas vamos precisar de mais recursos e mais know how. Nós realmente vamos poder crescer, mas precisamos de investimentos, além de tornar os centros já existentes em focos multiplicadores, disse a geneticista.
A liberação das pesquisas já despertou interesse da iniciativa privada norte-americana e européia em financiar os estudos, segundo a pesquisadora. Esperamos que a iniciativa privada nacional seja motivada a colaborar também. Somente com recursos públicos, o ritmo das pesquisas é devagar, apontou.
A decisão do STF sobre utilização de embriões também abriu perspectivas para pesquisadores que estudam e aplicam pesquisas com células-tronco adultas, de acordo com a professora Ângela Luso, coordenadora do banco de sangue de cordão umbilical da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Sentimos que já houve abertura dos comitês de ética para tentar agilizar os processos, porque ainda há muita coisa parada E é importante destacar que as pesquisas com células adultas, com objetivo de aplicação clínica, vão continuar sendo feitas, comentou.
Durante a reunião da SBPC, Mayana Zatz divulgou resultados recentes de utilização de células tronco da polpa dentária em cachorros da raça golden retriever, com obtenção de resultados positivos para casos de distrofia. Em outro estudo, lançado recentemente, o grupo da cientista utilizou células-tronco de gordura em camundongos com fraqueza muscular, também com resultados promissores, segundo Mayana.
Em relação pesquisa com células embrionárias, estamos na fase de reescrever os projetos, porque em três anos [tempo que a pesquisa ficou paralisada aguardando a decisão do STF] muita coisa mudou. Vamos submetê-los s comissões de ética e s instituições de financiamento, adiantou Mayana Zatz.