Brasil

Acidente do Metrô era imprevisível, sustenta Via Amarela

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postado em 18/07/2008 16:06
O consórcio Via Amarela, responsável pelas obras da Estação Pinheiros do Metrô de São Paulo que desabaram em janeiro do ano passado - e deixou sete mortos -, divulgou relatório nesta sexta-feira (18/7) sustentando que as causas do acidente eram imprevisíveis. O documento de mais de 800 páginas contesta onze afirmações consideradas "inconsistentes" do laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), encaminhado no mês passado ao Ministério Público (MP), que acompanha o caso. Os especialistas contratados pelo consórcio, composto pelas construtoras Odebrecht, Camargo Corrêa, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez, atribuem o acidente a fatores geológicos "peculiares e inusitados", "somados à imprevisibilidade". Segundo o relatório, "o colapso repentino das estruturas reforça o caráter abrupto e imprevisível da ocorrência". Eles afirmam que o projeto da estação foi seguido e que alterações na forma de construir o túnel foram insignificantes. No relatório, os técnicos negam que a colocação de 340 tirantes na véspera do acidente tenha sido feita por emergência ou contribuído para o desabamento. "Caso se verificasse emergência, as medidas claramente seriam outras", informam. Segundo eles, as perfurações para colocação dos tirantes têm 4,4 centímetros e não poderiam afetar as condições de suporte da obra. O relatório descarta ainda falhas no plano de segurança da obra ou descuido nas detonações feitas no dia do acidente. De acordo com o consórcio, a situação foi monitorada duas vezes no dia. De manhã não houve registro de "anomalias graves". Já a segunda medição aconteceu pouco antes do acidente, mas seus resultados só foram conhecidos depois do desabamento, e, portanto, não poderiam ser usados como alerta, como sugeriu o IPT. Eles contestam ainda a afirmação do IPT de que uma coluna de água acima do revestimento do túnel contribuiu para o acidente. Para o IPT a água precisaria ser drenada, mas, para o consórcio, a água exercia uma pressão "desprezível" sobre o túnel. Solo Para os técnicos, a presença de rochas duras sobre o centro do túnel e de rochas mais frágeis sobre as laterais prejudicou o processo de arqueamento do túnel, o que teria colaborado para o acidente. Segundo o relatório, em "condições normais", o túnel poderia sustentar a camada de solo acima dele.

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