postado em 24/07/2008 13:26
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse nesta quinta (24/07)) que o país precisa adotar critérios mais ;rigorosos; para o controle da poluição provocada por termelétricas e siderúrgicas ou acabará importando o ;lixo; vindo da Europa ; empresas que deixam o continente, onde as regras são mais duras, e vêm para o Brasil em busca de menor rigor na fiscalização.
;Queremos energia e siderúrgicas, mas com boa tecnologia. A partir de agora, todas as fontes com base fóssil, como o óleo, o carvão e o gás, vão ter um decreto de compensação energética ou de energia limpa e renovável, como a energia solar e a energia eólica, que ainda são muito pouco explorada entre nós;, afirmou o ministro, em entrevista a emissoras de rádio no estúdio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) em Brasília.
Questionado sobre a concessão nesta quarta (23/07), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambinete e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da licença ambiental prévia para a construção da Usina Nuclear Angra 3, Minc evitou comentários e lembrou que o governo praticamente já havia ;batido o martelo; quando assumiu a pasta, há 58 dias.
Ele também não quis comentar se há, de fato, necessidade de se produzir energia nuclear no Brasil e avaliou apenas que o país possui uma matriz energética bastante diversificada.
;A ex-ministra Marina Silva também era crítica do projeto, mas tocou a licença, que estava praticamente pronta quando eu cheguei. Colocamos 60 exigências, fortes e necessárias. Uma delas é a construção de um depósito definitivo para o lixo nuclear. Não é razoável que esse lixo, com uma vida de mais de 150 mil anos, fique em uma piscina azul dentro do reator, a 100 metros da praia. Vai ter que fazer um definitivo.;
O ministro reforçou que a Eletronuclear precisará fazer um controle independente e um monitoramento autônomo de vazamentos e de possíveis acidentes nucleares em Angra 3. De acordo com Minc, não será ela ;quem vai dizer como está a radioatividade;, mas uma outra empresa ou mesmo uma universidade contratadas para a fiscalização, como já ocorre em países como Espanha e França.