postado em 26/07/2008 09:50
O governo do Estado de São Paulo vai revogar o Decreto 9.812, de 1977, que isenta as motocicletas da cobrança de pedágio, sob alegação de que é necessário compensar o aumento de custos no atendimento a motociclistas acidentados nas rodovias paulistas. A previsão é de que no próximo ano, depois da privatização das Rodovias Raposo Tavares, Marechal Rondon, Ayrton Senna, Carvalho Pinto e D. Pedro I, já tenha início a cobrança de pedágio dos motociclistas. Embora o valor ainda não tenha sido definido, a Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) espera que o leilão da privatização defina preços de pedágio mais baixos nessas rodovias - motos deverão pagar metade do cobrado dos veículos de passeio.
Mesmo participando apenas de 13% dos acidentes, as motos representam 18% das vítimas fatais e 32% do total de feridos. Sem contar que 84% desses acidentes resultam em vítimas. A média de acidentes por mês também deu um salto na rede concedida, passando de 132 para 470 entre 2000 e 2007. As concessionárias alegam aumento nos custos de operações nas rodovias, por causa do crescimento da frota de motocicletas.
Para a Associação Brasileira de Motociclistas (Abram), a cobrança do pedágio é um "presente de grego", uma vez que a categoria comemora amanhã o Dia Nacional do Motociclista. "A medida vai penalizar os trabalhadores, cerca de 70% da frota de 13 milhões de motos do Estado", diz Lucas Pimentel, presidente da Abram. Segundo Pimentel, o DPVAT (Seguro para Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) pago pelas motocicletas é de R$ 255,13, o triplo do valor pago pelos carros, de R$ 84,87.