postado em 28/07/2008 15:40
O ano não começou bem para a indústria moveleira de Ubá, região da Zona da Mata mineira. O pólo registrou queda de 7% nas vendas em relação a 2007. "É natural a retração neste período mas também fomos afetados pelo aumento do preço do aço", explica o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Marcenaria de Ubá (Intersind) Michel Henrique Pires.
Segundo o empresário, o aço puro teve almento de 28% e o plano, usado na fabricação de móveis tubulares, chegou às fábricas por preços até 40% maiores. "O impacto nos custos não pôde deixar de ser repassado", afirma Pires. Em sua indústria, Michel conta que os custos subiram cerca de 12% e o repasse para os preços foi de 11%.
Além das estruturas tubulares, o aço também é usado em armários de cozinhas e em puxadores, dobradiças, parafusos e corrediças, entre outros ítens que integram a montagem dos vários tipos de móveis.
"Queremos agora aproveitar o aquecimento natural do segundo semestre e a absorção dos novos preços pelos clientes, que a princípio resistiram e reduziram os pedidos, para crescer em torno de 7% em relação ao mesmo período de 2007", diz. Como o desempenho do ano passado foi considerado bom, o crescimento sobre essa base de comparação será um resultado satisfatório, de acordo com o presidente do Intersind.
Para puxar a recuperação os empresários do pólo moveleiro de Minas já começaram a agir. Na última semana um grupo de 15 empresas promoveu, em um restaurante no Rio de Janeiro, uma mostra de produtos. "Convidamos nossos clientes para conhecer os ítens e conseguimos fechar muitos negócios", conta Michel.
A mostra gerou vendas de R$ 1 milhão e teve 200 visitantes. "Com o sucesso, já pensamos em repetir a dose em outras capitais como Belo Horizonte e São Paulo", afirma Pires.
As empresas também têm investido em abrir mercado fora do Brasil. "Apesar do dólar baixo, é uma boa válvula de escape para a produção", diz. Em 2006, o setor moveleiro respondeu por 43% de todos os produtos exportados pela região do de Ubá e por 31% das exportações de móveis em Minas Gerais. O volume atingiu mais de US$ 6,3 milhões. Em 2007 o número teve acréssimo de 17,3%, US$ 7,6 milhões.