Brasil

Polícia investiga a morte de bebê em creche de São Paulo

Pais de Gabriel, 7 meses, acusam escola de negligência. De acordo com médicos, havia restos de comida na garganta do menino

postado em 29/07/2008 09:24
A polícia de São Paulo abriu inquérito para investigar a morte do bebê Gabriel Santos Ribeira, 7 meses, na creche particular Pedacinho da Lua, na Vila Medeiros, Zona Norte da capital. Na segunda (28/07), investigadores conversaram com a mãe da criança, Josefa Lidiane Correa, 24 anos, que disse ter deixado o filho no estabelecimento em perfeitas condições de saúde na sexta-feira. Segundo ela, os funcionários demoraram para perceber que Gabriel estava morto, já que ela foi buscá-lo no final do dia e encontrou o corpo já enrijecido. Um exame cadavérico feito pelo Instituto Médico Legal (IML) vai revelar o horário do falecimento.

Cerca de 30 pessoas, entre parentes, amigos e vizinhos dos pais de Gabriel, fizeram um protesto na frente da creche, exigindo seu fechamento. Cartazes pedindo justiça e aconselhando os pais das outras crianças a não deixarem mais seus filhos no local foram afixados na grade e no muro da escola, que passou o dia fechada para os investigadores analisarem o local. Em nota, a direção do estabelecimento afirma que o acidente foi uma ;tragédia; e que a instituição está aberta para as investigações policiais.

Segundo o pai do bebê, Julio César Ribeira, 26 anos, a creche foi negligente porque ele havia avisado os monitores de que o bebê sofria de refluxo. Ele disse ainda que os funcionários haviam pedido para que fossem levadas mudas extras de roupas, já que a doença faz com que o bebê vomite várias vezes após o almoço. De acordo com um boletim médico feito pelo hospital que atendeu Gabriel, ele teria morrido por causa de uma parada cardiorrespiratória. O médico pediatra Emmanuel Limeira, que participou do atendimento, informou que havia restos de comida na garganta de Gabriel. ;Tudo indica que ele regurgitou e foi engasgado pelo próprio vômito;, ressaltou.

Uma funcionária da creche contou aos investigadores que Gabriel estava no berçário e só percebeu que havia algo de errado quando foi trocar as fraldas dele, meia hora antes de o pai chegar. No entanto, a direção da escola não chamou o resgate para socorrer o bebê. ;O meu filho ficou mais de uma hora sem respirar na creche. A maior negligência foi a omissão de socorro. O resgate só foi acionado quando chegamos no local;, sustenta Júlio.

A direção havia divulgado um comunicado no fim de semana dizendo que esse tipo de tragédia ;poderia acontecer com qualquer um;. O médico que trabalha na creche afirmou que todos os procedimentos recomendados em relação a alimentação, arroto, descanso em posição vertical e colocação para dormir foram adotados com Gabriel.

Ourinhos

Em Ourinhos, a 377km de São Paulo, outra criança morreu enquanto estava em uma creche. A funcionária da escolinha notou que o bebê ficou com os lábios roxos, cerca de 15 minutos depois de tomar uma mamadeira. A menina Natália Araújo Tirone foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para a Santa Casa, onde morreu.

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