Brasil

Governo do Rio usa cartilha de guerra para proteger postos de saúde

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postado em 30/07/2008 20:02
Tiroteios, invasões, ameaças a profissionais de saúde, assaltos e restrição de abertura de postos. Essas foram as ocorrências registradas pelas unidades de saúde do Rio de Janeiro, listadas em um relatório da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado nesta quarta-feira (30/7) pelo prefeito da cidade, Cesar Maia (DEM). Preocupada com as condições de trabalho de médicos, enfermeiros e auxiliares, a organização internacional Médicos Sem Fronteiras elaborou um Manual de Segurança, utilizado em áreas de conflitos em todo o mundo. No relatório, são listadas 75 ocorrências graves ocorridas entre 2007 e 2008. A maioria relata tiroteios no entorno de hospitais e postos de saúde que levaram ao fechamento das unidades. Entre os casos mais graves está o do posto de saúde Mário Rodrigues Cid, em Campo Grande, na zona oeste. Bandidos invadiram a unidade e mataram um paciente em fevereiro deste ano. A região é dominada por milícias. Dado o cotidiano violento em torno das unidades da prefeitura, a secretaria está distribuindo para os funcionários do Programa de Saúde da Família (PSF) uma cartilha elaborada pelos Médicos Sem Fronteiras. O programa, que recebe recursos federais, está localizado em bairros carentes, justamente os mais expostos à violência de traficantes e milícias. Com a experiência de treinar profissionais em áreas de conflito em todo o mundo, a organização recomenda a adoção de rígidas regras de segurança, estabelecidas por comissões eleitas entre os funcionários. Entre as sugestões está evitar o trabalho das equipes após o anoitecer.

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