Brasil

Legista da defesa diz que Isabella não foi esganada

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postado em 07/08/2008 17:25
Em depoimento nesta quinta-feira (07/08) no Fórum de Maceió sobre o caso Isabella Nardoni, morta em março após cair do sexto andar do Edifício London, na zona norte de São Paulo, o legista George Sanguinetti afirmou que a menina não sofreu esganadura dentro do apartamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados do crime. O legista confirmou que foi contratado pelos advogados de defesa para fazer um laudo necroscópico sobre a morte de Isabella e, segundo ele, a conclusão que chegou foi a de que a criança morreu apenas em conseqüência do politraumatismo causado pelo impacto da queda, de quase 20 metros de altura. "A vítima não sofreu esganadura antes da queda e nem esta teria sido uma das duas causas da morte, como alegam os peritos paulistas que atuaram no caso", afirmou o legista alagoano. "Se houve asfixia foi provocada pela queda, causada pela embolia gordurosa e pela depressão respiratória, durante o traumatismo crânio-encefálico", disse. Para Sanguinetti, "Isabella foi vítima de crime bárbaro, mas não morreu duas vezes, como acusa a Promotoria, morreu apenas da queda". O legista disse ainda que não poderia avaliar se havia no apartamento do casal Nardoni uma terceira pessoa na noite do crime. Ele confirmou que teve acesso apartamento do casal por autorização do juiz do caso e a pedido da defesa, 40 dias após a morte de Isabella. Sanguinetti disse foi ao apartamento dos Nardoni acompanhado de dois peritos e de um físico. "O local estava bastante preservado, já que até aquela data permanecia fechado e à disposição da Justiça. Ao juiz da 6ª Vara Especial Criminal, Diógenes Tenório, Sanguinetti afirmou que, apesar de ter visitado o apartamento, seu trabalho pericial limitou-se ao emitir parecer sobre o laudo necroscópico. Porém, ele disse que teve acesso aos laudos periciais feitos pelos legistas paulistas. Para ele, os laudos dos peritos que atuaram no caso apresentam várias falhas, principalmente com relação à esganadura e à morte por asfixia. Promotoria Para o promotor do caso, Francisco Cembranelli, o depoimento de Sanguinetti não acrescentou nada e não muda a estratégia da acusação. "Ele conseguiu o que queria, os quinze minutos de fama", afirmou o promotor, que acompanhou o depoimento acompanhado do perito paulista João Batista Júnior, mas não pôde fazer perguntas.

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