Brasil

Ataques em pequenas cidades preocupam Polícia Federal

Crescem invasões de municípios do Nordeste e do Centro-Oeste por bandos armados. Quadrilhas assaltam bancos e aterrorizam população

postado em 10/08/2008 09:27
Com a aproximação do fim do ano, a Polícia Federal (PF) começou a constatar um crescimento assustador de ataques a pequenos municípios do interior nordestino e no Centro-Oeste. Nas duas últimas semanas, pelo menos seis cidades foram alvos de assaltantes. Em Lajes, no Rio Grande do Norte, oito ladrões foram mortos em um confronto com a PF e o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do estado. Na divisa de Sergipe com a Bahia, 10 criminosos foram presos com armamento pesado. A tática usada não é apenas render bancos ou agências dos Correios, mas imobilizar e aterrorizar toda a população. ;Os ataques ocorrem principalmente no início ou final do mês;, explica o coordenador-geral de repressão a crimes contra o patrimônio da PF, delegado Antônio Celso dos Santos, o mesmo que prendeu os assaltantes do Banco Central de Fortaleza. Segundo ele, o que assusta é o crescimento desse tipo de crime. ;Conseguimos evitar alguns, mas outros, infelizmente, não está sendo possível;, observa o policial. Em duas semanas, foram registrados ataques em Santa Helena, Santa Quitéria e Buriticupu, no Maranhão, Cocos (PI), Costa Rica (MS), Lajes (RN) e na divisa de Sergipe e Bahia. No ataque que ocorreria em Lajes, em 1º de agosto, o serviço de inteligência da PF chegou a destacar agentes para ficar de campanas nas rodovias próximas. O plano começou a ser executado há dois meses e foi abortado antes que a cidade fosse invadida pelos bandidos. Em um tiroteio em uma estrada vicinal que daria acesso ao município, oito criminosos foram mortos. Com eles, foram apreendidos quatro fuzis, granadas, espingardas de repetição, pistolas e muita munição. Terror Com o armamento pesado, os bandidos intimidam a população. Por horas, os habitantes dos municípios são aterrorizados pelos criminosos, que assaltam bancos, agências dos Correios, carros-fortes e estabelecimentos comerciais. Geralmente são cidades pequenas, com pouco policiamento ;imobilizado de imediato pelos assaltantes ; e que vivem do pagamento de pensões e do serviço público. Muitas vezes, a falta de comunicação para pedir ajuda é um dos fatores que leva a polícia a só descobrir o roubo quando ele já foi executado. As quadrilhas chegam normalmente em caminhonetes, veículos que dão mais poder de mobilização e transportam um número maior de assaltantes. Como na ação frustada na divisa de Sergipe com a Bahia, na última segunda-feira, onde 10 pessoas foram presas. No interior do Nordeste, são identificados como cangaceiros modernos e matam se for preciso. Muitas das vítimas são funcionários de agências bancárias ou policiais que tentam, muitas vezes em vão, deter os criminosos. Para a Polícia Federal, a tendência é que as tentativas de assaltos cresçam com a proximidade do fim do ano, o que não vinha ocorrendo antes. A PF está montando uma ação que envolve principalmente a área de inteligência, como foi usada nas 10 prisões e no confronto que resultou em oito mortes. Segundo Antônio Celso, a intenção é evitar a ação antes que ela ocorra.

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