postado em 12/08/2008 10:01
Um comandante e três policiais militares da Força Tática do 18º Batalhão da Polícia Militar tiveram a prisão decretada pela Justiça Militar sob a acusação de prender, matar e simular um tiroteio para justificar o assassinato de Everton Torres Rodrigues, de 21 anos, na madrugada de 30 de julho. Trata-se do mais grave caso de violência envolvendo policiais da unidade desde que seus integrantes foram acusados de compor um grupo de extermínio, os Matadores do 18, e um deles, o soldado Pascoal dos Santos Lima, ter sido indiciado pelo assassinato do coronel José Hermínio Rodrigues, ocorrido em 16 de janeiro. Hermínio comandava a PM na zona norte de São Paulo.
O pedido de prisão foi formulado pelo major Sérgio Pincelli, presidente do Inquérito Policial-Militar (IPM), e referendado pelo subcomandante-geral da PM, coronel Daniel Rodriguero. O pedido atingiu a guarnição do tenente Jonas Paro Barreto, de 23 anos, que estava no comando da Força Tática no momento em que o crime ocorreu. Segundo a versão dos policiais, na madrugada do dia 30, o tenente e três soldados estavam em patrulhamento na região de Parada de Taipas, quando receberam um chamado do Centro de Operações da PM (Copom) para atender um caso de roubo com refém que estava em andamento. Após perseguição, um dos bandidos, que estaria sem documentos, morreu em uma troca de tiros com os policiais.
A situação começou a mudar na manhã do dia 30 quando a mulher de Everton compareceu à Corregedoria da PM, acompanhada de uma testemunha. "Ela disse que o marido havia sido preso na noite anterior e estava desaparecido. Quando perguntamos como ela sabia disso, ela afirmou que o rapaz que a acompanhava havia presenciado a prisão", disse o capitão Levy Félix, da Corregedoria. Segundo a testemunha, Everton havia sido detido por um policial que ele conhecia na noite do dia 29.
Em meio à apuração do desaparecimento, os corregedores descobriram que Everton podia ser o homem sem documentos que havia sido morto pelos policiais da Força Tática. E foi o que ocorreu. Depois do reconhecimento do corpo, os corregedores informaram o comando e foram ao quartel da Força Tática, onde detiveram no dia 31 os quatro acusados. Além do tenente, foram levados para a Corregedoria os soldados Fernando Félix, Sandro Rodrigues de Sousa e Adriano Roda dos Santos. Todos foram detidos administrativamente.