postado em 13/08/2008 09:44
Depois de dois anos de discussões conjuntas com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Conselho do Patrimônio Histórico de São Paulo (Conpresp) aprovou nessa terã (12/08) um projeto para ampliar o Museu Paulista da Universidade de São Paulo, no Ipiranga. Com a reforma, ainda sem data para começar, o espaço passará dos atuais 6,3 mil metros quadrados para 18 mil metros quadrados com a construção de uma galeria subterrânea e um prédio anexo - no fim das contas, a área para exposições terá o dobro do tamanho e poderá abrigar coleções que hoje estão guardadas, como a dos objetos de Santos Dumont.
O projeto de ampliação foi assinado pelos arquitetos Eduardo Colonelli e Silvio Oksman, do Escritório Paulistano de Arquitetura. Sete integrantes do Conpresp foram favoráveis às mudanças e outros dois votaram com restrições - o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado (Condephaat) e o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) já haviam aprovado o conceito geral e o estudo de viabilidade da proposta. A idéia é aumentar as áreas destinadas a exposições para garantir a exibição de todo o acervo, além de abrigar adequadamente as áreas administrativa e técnica da instituição.
A obra trará três grandes alterações para o museu construído entre 1885 e 1890 por Tommaso Gaudenzio Bezzi, o primeiro do Estado de São Paulo. O prédio original será restaurado e ganhará dois elevadores panorâmicos, com caixas de aço e vidro, que serão instalados na parte de trás das torres laterais. Esses elevadores darão acesso ao terceiro pavimento do Museu do Ipiranga, onde fica o mirante atualmente desativado, que tem uma das vistas mais bonitas da cidade.
Todas as divisões administrativas da instituição - bem como as salas de aula, laboratórios de pesquisa e biblioteca - sairão do prédio e darão lugar a novas áreas expositivas. Para abrigar esses setores, será construída uma nova edificação onde hoje está o Corpo de Bombeiros. Por fim, uma galeria subterrânea a quase 8 metros de profundidade vai fazer a ligação entre o edifício original e o novo prédio administrativo, cortando parte do bosque atrás do museu. O plano é que esse subsolo não sirva apenas de passagem e conte com um auditório, novas áreas para exposição e mais salas de aula - os arquitetos pretendem construir um espelho d'água na superfície, para iluminar naturalmente a galeria.