Brasil

Mulheres representam 55% dos adeptos da leitura freqüente, revela pesquisa

Pesquisa mostra que elas representam 55% dos brasileiros adeptos da leitura freqüente. Os livros também atraem cada vez mais as crianças, influenciadas principalmente pelas mães e pelos professores

postado em 15/08/2008 08:59
São Paulo e Brasília ; Uma pesquisa divulgada ontem na abertura da 20; Bienal do Livro, em São Paulo, revela que o brasileiro gosta de ler, principalmente as mulheres jovens e de classe média. Segundo o levantamento, feito pelo Ibope a pedido da ONG Instituto Pró-Livro, 95,6 milhões de pessoas no país leram pelo menos um livro nos últimos três meses e gostam de dedicar cerca de uma hora diária para a leitura. Desses, 55% são mulheres e 47% pertencem à classe C. Os jovens são os que mais gostam de ler. Entre as pessoas de 18 a 24 anos, 67% lêem por prazer. Índice semelhante (68%) é observado na faixa etária de 30 a 39 anos. Outro dado interessante da pesquisa é a disseminação da leitura entre crianças e adolescentes. Um dos dados mais comemorados pelos pesquisadores é o fato de que crianças de 5 a 10 anos consideram a leitura um prazer. ;Esse é o melhor resultado que a pesquisa alcançou;, ressalta Galeano Amorim, coordenador do levantamento, intitulado Retratos da Leitura no Brasil. Entre os leitores do país, 39% têm entre 5 a 17 anos e outros 14% possuem entre 18 e 24 anos. Além em empurrar os índices de leitura para cima, os jovens adolescentes também estão introduzindo novos hábitos na hora de ler. Enquanto os adultos com mais de 40 anos preferem locais silenciosos, muitos jovens dizem que gostam de ler ouvindo música. Já 14% das crianças com menos de 10 anos curtem os livros ao mesmo tempo em que assistem à tevê. Para dois terços das crianças e adolescentes com menos de 15 anos, o tema é o fator mais importante na hora de escolher um livro. Outra constatação é a influência da família na aquisição do hábito. Entre as crianças de 5 a 10 anos, 73% delas citam as mães como quem mais as estimularam a ler. O bom exemplo dos pais faz a diferença, segundo constatou o estudo. Um em cada três leitores tem lembranças da mãe lendo e 87% afirmam que os pais liam para eles quando eram pequenos. ;Os pais perceberam que ler um livro é tão importante quanto praticar um esporte e passaram a cobrar isso dos filhos;, atesta a pedagoga Gláucea Marques Honorário, da Universidade de São Paulo. Lazer Khélida Loiane Vieira Ramos é uma representante genuína do grupo que mais lê no Brasil. Mulher e jovem, a estudante de ciências biológicas atualmente tem se dedicado aos livros acadêmicos. Ela devora de oito a 10 publicações por semestre, em média. Mas não deixa de lado os clássicos da literatura, que servem de lazer à garota de 20 anos. ;Machado de Assis é o meu preferido, sem dúvida. Nas férias, quando tenho tempo, acabo relendo alguma coisa dele;, diz a estudante, que prefere ler a céu aberto. Mesma comodidade não tem Natália Sabbag Cacciaguerra de Azevedo, 25 anos, que atualmente se dedica a estudar para concursos públicos. A jovem bate ponto numa biblioteca da Asa Sul. Entre os livros que mais lê, estão os de direito e contabilidade. ;Mas não deixo de olhar jornais e revistas também, para ficar informada sobre o que acontece no país;, afirma Natália. Como ela, 42% dos brasileiros consideram a leitura ;uma fonte de conhecimento para a vida;. Mesmo assim, os livros são apenas a quinta atividade preferida pelos brasileiros nas horas livres. A campeã ainda é a televisão, com 77% da preferência nacional. Mas os livros são bons companheiros para 35% dos entrevistados. Isso significa que 60 milhões de brasileiros gostam de ler no seu tempo livre.

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