Brasil

Bienal do Livro traz obras com as novas normas ortográficas

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postado em 15/08/2008 20:33
Pelo menos quatro editoras presentes na 20; Bienal Internacional do Livro de São Paulo já têm em seus catálogos obras adaptadas às novas normas ortográficas da língua portuguesa. Alguns títulos, em especial os de referência e educativos, estampam na capa certificados de regularização a regras que, formalmente, começam apenas no ano que vem.

Dicionários como o Mini Houaiss (R$ 27), da Editora Moderna; Mini Aurélio (R$ 24), da Positivo; e Dicionário Escolar Michaelis (R$ 19), da Melhoramentos, trazem verbetes escritos conforme as novas regras de acentuação, hifenização e já sem o trema. O Michaelis traz, inclusive, o Guia Prático da Nova Ortografia, escrito por Douglas Tufano, explicando quais são as mudanças na forma de escrever estabelecidas na norma.

O Guia Prático é livre. Está no site da editora (www livrariamelhoramentos.com.br] e pode ser baixado por qualquer um de graça, disse o diretor-geral da editora, Breno Lerner. "Estamos muitos preocupados com a assimilação das novas regras. Todos os nossos livros educativos lançados já estarão completamente adaptados."

Na editora, alguns livros de literatura infanto-juvenil também já foram modificados. O Namorado da Fada (R$ 25), de Ziraldo, e alguns lançamentos da Série Realidade (R$ 25) estão adaptados. Títulos da coleção De Fio a Pavio (R$ 23,90) e da coleção Tempo Rei (R$ 23,90), da Positivo, também.

"Não podemos sair soltando livros adaptados só a partir de 1; de janeiro", explicou Lerner, da Melhoramentos. "As escolas vão planejar seu próximo ano letivo a partir de outubro e novembro. Temos que oferecer nossos títulos já modificados."

Segundo Lerner, as editoras terão até três anos para revisar todos os seus títulos. Para ele, a exigência trará uma grande despesa e não resultará no objetivo almejado pelos defensores da mudança. "Só a revisão do banco de dados do Michaelis custou R$ 1 milhão", disse ele. "Dizem que a mudança vai integrar a língua e aumentar a venda de livros. Eu não acredito. Falamos a mesma língua que os portugueses, mas não escrevemos da mesma forma."

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