postado em 17/08/2008 16:40
Entre os dias 2 e 6 de agosto, uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual escavou o primeiro sítio-acampamento da Paraíba.
Trata-se do sítio arqueológico Cabaças I, no município de Cuité. Os inúmeros vestígios arqueológicos estão dispostos em uma extensa elevação com 7,41 acres de área, evidenciando um pouso prolongado de grupos, possivelmente históricos, na área.
Os trabalhos tiveram a coordenação do arqueólogo, historiador e professor da UEPB, Juvandi Santos e a participação do arqueólogo Onésimo Santos, dos membros da Sociedade Paraibana de Arqueologia, Thomas Bruno Oliveira e Dennis Mota, do acadêmico de biologia, Allysson Allan, e do acadêmico de História, Eraldo Maciel.
As pesquisas que estão sendo encampadas pela UEPB têm revolucionado os estudos pré-históricos e históricos no Estado, o que vem sendo motivo de várias publicações científicas e eventos diretamente relacionados à temática, que contribuem para o conhecimento do passado da humanidade, através de seus vestígios materiais.
Através de Laboratório de Arqueologia e Paleontologia (LABAP), a Universidade vem processando esse interessante projeto que tem como principal objetivo comprovar, através da cultura material (artefatos, utensílios e ferramentas produzidos por estes povos), a existência de grupos nativos no interior de nosso Estado.
O professor Juvandi Santos, que também é sócio/fundador da Sociedade Paraibana de Arqueologia (SPA), afirma que esta pesquisa é pioneira e será capaz de dar subsídios para o conhecimento e valorização das etnias que estiveram sempre à sombra do ensino de história. ;Conhecendo como estes povos viviam, iremos inseri-los em seu devido lugar na historiografia paraibana;, afirma.
Até o momento, já ocorreram duas escavações em áreas do Cariri, nos municípios de São João do Tigre (Sítio arqueológico Pinturas I) e em São João do Cariri (Sítio arqueológico Furna dos Ossos). Nesta última semana, além do sítio-acampamento foi escavado o sítio arqueológico Tanque do Capim, no município de Seridó, os dois últimos em área Tarairiú.
Em cumprimento à portaria 007 do IPHAN, que concerne sobre a Educação Patrimonial com a comunidade local, foram ministradas aulas de campo para diversas turmas de escolas públicas dos municípios envolvidos que visitaram o sítio, atendendo ao objetivo da preservação arqueológica e ambiental.
As escavações vêm comprovando a territorialidade destes grupos indígenas. Resta, agora, esperar o processo de análise e datação de todo material escavado, para se ter subsídios para compreender o passado pré-histórico do interior da Paraíba.