postado em 19/08/2008 17:24
São Paulo - Os médicos que atenderam o bebê Gabriel Ribeira, de 7 meses, no Hospital Nipo-Brasileiro vão prestar depoimento de novo nesta terça-feira (19/08). O bebê morreu na creche Pedacinho da Lua na tarde do dia 25 de julho. O laudo do Instituto Médico Legal indica que a criança morreu por asfixia por bronco-aspiração e corpos estranhos, descritos como 'estruturas vegetais", foram achados no pulmão.
Gabriel estava com meningite, descrita como meningo encegalite viral, que ainda não havia sido diagnosticada. O vômito pode ter sido causado pela doença.
;Este quadro (de Gabriel) sugere que o mecanismo de morte foi uma asfixia mecânica por bronco-aspiração induzida pela encefalopatia meningoencefalite (meningite) viral, que provavelmente precipitou o vômito e a bronco-aspiração;, diz o laudo do IML, que definiu a doença como aguda.
Os pais da criança argumentam que a creche agiu com negligência, pois nenhuma funcionária viu a criança passar mal e vomitar. A costureira Maria Aparecida Barbosa Ribeira, de 50 anos, avó do menino, acredita que ele foi ;abandonado no berço;, tendo ficado cerca de 40 minutos sem assistência.
"A causa da morte é negligência sim. Deveriam ter detectado (o vômito), pôr o menino de pé e bater nas costas dele. Houve imprudência e imperícia", diz o advogado Ângelo Carboni, que representa os pais do menino.
Para o advogado da creche, Roberto Rinaldi, o bebê não deu sinais de que estaria morrendo.
"A verdade tarda mas não falha. Ocorreu aí uma situação que poderia acontecer até na casa dos pais. Essa morte só poderia ser evitada se ele estivesse no hospital", afirmou Rinaldi.
Para ele, o fato de o laudo expressar que houve ;bronco-aspiração; implica que o bebê não manifestou nenhum sinal perceptível de que estaria morrendo. Por isso, não teria havido negligência da escola.
No primeiro depoimento, os médicos do hospital disseram que o bebê já chegou à instituição morto, com o corpo arroxeado.
Ao ir buscar o pequeno Gabriel na escola infantil Pedaço da Lua, na tarde do dia 25 de julho, Júlio Cezar Ribeira, de 26 anos, foi avisado de que seu filho estava passando mal. Entrou e encontrou o garoto já morto. Desesperado, não esperou o Resgate do Corpo de Bombeiros. Pôs o bebê em seu carro e o levou ao Hospital Nipo-Brasileiro. Gabriel já apresentava rigidez cadavérica. Não havia como reanimá-lo.