postado em 20/08/2008 10:03
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio determinou nesta terça (19/08) o afastamento da coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Ellen Barroso, por falha administrativa. Uma sindicância concluiu que ela teve responsabilidade no caso de um rim transplantado por engano, em março deste ano. Além dela, uma outra funcionária foi afastada em regime cautelar. Elas terão dez dias para apresentarem suas defesas. Ellen sucedeu no cargo o cirurgião Joaquim Ribeiro Filho, preso na operação Fura-Fila sob a acusação de desrespeitar a fila de transplantes de fígado.
O erro em março se deu quando foi captado um rim que deveria beneficiar a empregada doméstica aposentada Maria das Graças de Jesus, de 60 anos. O órgão foi transplantado em outra pessoa, de nome parecido, Maria das Graças de Jesus Araújo, de 51 anos, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Ela acabou morrendo, dois meses depois.
O subsecretário jurídico e de corregedoria da Secretaria de Saúde, Pedro Henrique Di Masi, disse que o relatório do médico que realizou o transplante informou que a paciente morreu de causas infecciosas. "Se fosse por rejeição, provavelmente a morte teria acontecido mais rápido", avaliou a superintendente de Atenção Especializada, Hellen Miyamoto, que substituirá Ellen interinamente na Central de Transplantes.
Em nota, a Coordenação de Transplante Renal do Hospital Universitário informou que o hospital agiu como órgão executor. "A Central de Transplante foi quem determinou a realização do procedimento na paciente, que antes havia sido avaliada no Hospital Geral de Bonsucesso (HGB)".