Brasil

Mortes caem 13,6% nas rodovias nacionais

Balanço dos dois primeiros meses da lei seca mostra queda no número de acidentes fatais nas rodovias federais. Além de salvar vidas, novas regras ajudaram o país a economizar R$ 48,4 milhões

postado em 21/08/2008 09:37
Os dois primeiros meses de vigência da lei seca, que pune com mais rigor motoristas flagrados após ingerirem bebidas alcoólicas, registraram redução de 13,6% dos acidentes fatais nas estradas federais. De 20 de junho a 19 de agosto deste ano, 862 pessoas morreram, contra 998 óbitos no mesmo período de 2007. A queda, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), significou uma economia de R$ 48,4 milhões para os cofres públicos. O Distrito Federal aparece em quarto lugar entre as unidades da federação que mais pouparam. As estatísticas deverão ser usadas pelo governo, autor da medida provisória que determinou a alcoolemia zero no trânsito, para convencer o Supremo Tribunal Federal da constitucionalidade da lei, atualmente questionada na Corte. ;Não é papel do governo, mas os números estão aí, acessíveis à sociedade, e podem servir de fundamentação para mostrar a eficácia da lei;, afirma o inspetor da PRF Alexandre Castilho. Segundo ele, não houve uma fiscalização mais intensa por parte dos agentes federais que explicasse a redução da violência nas estradas federais e um número 78,5% maior de flagrantes de infração por embriaguez. ;O que aconteceu foi uma mudança nos critérios, que se tornaram mais rígidos. Nosso efetivo continua o mesmo, os equipamentos disponíveis também;, destaca. Presos Mas nem todos os dados do balanço são otimistas. Apesar da queda no número de mortos, a quantidade de acidentes gerais, incluindo os sem vítimas, aumentou 4,3%. A PRF atribui o fato ao crescimento da frota, mas destaca a diminuição dos desastres fatais, mais associados ao consumo de álcool. No período analisado, houve redução de 6,6% de veículos fiscalizados. Mesmo assim, foram registradas 1.893 ocorrências de crimes de trânsito, mais de 90% se referem à embriaguez. Pouco mais de 1.200 pessoas acabaram presas por apresentarem níveis alcoólicos exagerados. Nos mesmos dois meses do ano passado, não houve nenhuma detenção. Ficou em 18%, nos dois períodos, a proporção de motoristas que se recusaram a fazer o teste do bafômetro. ;Sob leis duras ou brandas, há uma turma do contra que se recusa a auxiliar a segurança no trânsito;, resume Castilho. Entre os estados que mais economizaram em virtude da diminuição dos acidentes, São Paulo ficou em primeiro lugar, poupando quase R$ 12 milhões ; ou 25% de tudo o que o país deixou de gastar. O cálculo feito pela PRF tem como base a fórmula do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que considera 40 componentes de custos, tais como remoção e atendimento hospitalar de vítimas; danos aos veículos; prejuízos ao meio ambiente e gastos das equipes policiais ao atender os chamados de acidentes. Para se ter idéia do rombo, um acidente sem vítima custa R$ 19 mil. Com mortes, fica em R$ 467 mil. COMPARAÇÃO Resultados dos dois meses de lei seca em relação ao mesmo período do ano passado: Acidentes 4,3% Feridos 1,7% Mortos 12,7% Crimes de trânsito 88,7% Acidentes com mortos 13,6% EFEITO POSITIVO Nos dois primeiros meses da lei seca, houve diminuição de 13,6% dos acidentes fatais nas rodovias federais, segundo a PRF. Na comparação mês a mês, junho, julho e agosto apresentaram a maior queda no número de vítimas em comparação com os mesmos períodos de 2007: Ouça: com Alexandre Castilho, diretor-geral da PRF

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