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Projeto vai conter erosão da falésia do Cabo Branco, na Paraíba

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postado em 25/08/2008 19:49
Um projeto de contenção da erosão marinha da falésia do Cabo Branco e Praia do Seixas será divulgado em setembro pela Secretaria de Meio Ambiente de João Pessoa (Seman), na Paraíba. O projeto prevê a construção de arrecifes artificiais para evitar a erosão num dos principais pontos turísticos do Estado. Para encontrar a solução para o problema, a Seman está realizando um monitoramento ambiental e antropológico na área do Cabo Branco. Na parte ambiental está sendo estudado o que se chama de dinâmica costeira, que compreende o movimento das ondas, correntes, além do transporte de areia pelos ventos. A ação prevê também o estudo da biologia marinha, que no litoral paraibano possui uma das "biotas" (diversidade de seres vivos vegetais e animais) mais ricas do Brasil. Na parte da ação do homem está sendo estudado a ocupação do espaço e atividade econômica, como a ocupação e a atividade alteram o meio ambiente. Os estudos estão sendo feitos com recursos do Governo Federal, pelo Ministério da Integração Nacional, mais participação do município. A ação tem como objetivo definir qual a solução para minimizar a erosão marinha da falésia do Cabo Branco e Praia do Seixas, que terá menos impacto no meio ambiente. De acordo com o secretário Antônio Almeida, o estudo vai ser reproduzido no computador para ser feita uma modelagem matemática e promover simulações das conseqüências ambientais das ações do homem. "Já pudemos visualizar a melhor solução. Os estudos apontaram que temos um cordão de arrecifes naturais a 800 metros da costa. Eles não são contínuos e nas áreas com aberturas é onde está havendo a maior quantidade de erosão. Uma corresponde à praça de Iemanjá. A solução é fazer arrecifes artificiais, tentando fechar ou minimizar o problema, eles iriam reduzir a força das ondas e proteger a falésia", explicou. Terminada essa fase, o secretário destacou que o relatório será encaminhado à Secretaria de Infra-Estrutura (Seinfra) para realizar o projeto de engenharia e licitar a obra. "Uma obra no mar não altera a paisagem, pois os arrecifes são semi-submersos, só são vistos na maré baixa. Além disso, pretendemos fazer um pequeno dique na barreira para que as ondas com maiores impactos que ultrapassarem os arrecifes sejam minimizadas", complementou. O secretário destacou que a estrutura artificial é construída no continente e posta numa embarcação. "Só pode ser previsto o valor quando houver o projeto de engenharia preparado. Pela primeira vez os estudos precederam o projeto de engenharia. Tradicionalmente no Brasil se faz o projeto para só depois fazer as litigâncias de impacto ambiental", afirmou o secretário. A possibilidade de conter a erosão no local tem despertado a atenção dos moradores da localidade, que esperam que seja preservado o ponto turístico. "É imprescindível que haja um trabalho para impedir que um ponto de referência desta importância para nossa cidade se acabe. Com o estudo do impacto ambiental é possível retirar o principal impedimento de projetos anteriores, que seria o dos problemas que uma obra desta magnitude poderia causar", destacou o assessor jurídico Maurílio Sá, morador do bairro do Cabo Branco. "Espero que a obra seja algo que não danifique ainda mais a vista. Não vai adiantar tentar proteger a paisagem, se for construir uma estrutura que tome toda vista", apontou a fisioterapeuta Paula Fidelis, também moradora do Cabo Branco.

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